Ademir Martins

* As faixas acima são de produção caseira (home-made), com voz e violão. Se você é intérprete e se identificar com as canções, do fundo do meu coração, faça bom proveito, bote no mercado com a sua voz, que minha alma, enternecida, agradece.
Ademir Martins por Ademir Martins:
Por ter feito do teatro minha atividade profissional principal, deixei a Música relegada a segundo plano. Por que, se, afinal, eu iniciei minha trajetória teatral através da Música compondo trilha sonora?! Enfim, assim foi... o Teatro – apaixonante Teatro! – me absorveu, tomou meu coração e meu tempo. E a Música?... Lá... quase quieta... Ia compondo, tocando aqui e ali... mas o Teatro me sobrevivia. Mas minha paixão primeira foi a Música!... Aos 14 anos de idade, ao precisar tirar 10 em Matemática para não ser jubilado de um colégio estadual, quando meu pai disse que se eu conseguisse, ganharia o meu primeiro violão... adivinhe que nota eu tirei!!! Claro... ganhei o tão desejado instrumento, objeto de meus sonhos adolescentes (e eu odiava Matemática... entendia lhufas daquilo!) .
Era década de 60 – o mundo musical (riquíssimo) fervia ao meu redor: bossa nova, tropicália, Beatles, Rolling Stones, Elvis Presley, toda a MPB... nossa, era muita coisa que eu ainda não sabia tocar e tanto queria!... E agora o violão estava ali, no meu colinho – sem dinheiro para aulas – mas ali... abraçado. Como tocar essa coisa, meu Deus?! Fucei, ouvi, vi, fucei, (refuçava tentando reproduzir os sons) fui ligando uma coisa à outra, fui movendo os dedos, fuçando, fuçando, dedilhando... o primeiro amor... Aprendi de ouvido, por pura paixão. E comecei a compor. Pequenas mágicas foram acontecendo com o tempo.
Hoje, depois de décadas de Teatro, me bronqueio: “e o seu primeiro amor, Ademir?!... A coisa vai ficar por isso mesmo?! Afinal, você fuçou, foi aprendendo, compôs, tocou na noite, compôs mais!...”
É por causa dessa gritaria interna que estou me expondo aqui e em outros espaços. Necessito – por sobrevivência da alma – desengavetar, desempoeirar, retirar as teias de aranha de velhas e novas minhas canções, e bota-las em contato com o mundo. Não me interessa gravá-las (não sou cantor) – não é a minha. Minhas canções estão aqui e aí pra isso mesmo: quem gostar – puxa! – leve-as e grave-as. Se você é intérprete e se identificar com elas, do fundo do meu coração, faça bom proveito, bote no mercado com a sua voz, que minha alma, enternecida, agradece.
Release de Ademir Martins:
Diretor, ator e compositor, Ademir Martins traz consigo uma bagagem cultural inestimável.
É formado pelo "Curso de Formação de Atores” da Fundação das Artes de São Caetano do Sul , no ABC paulista, (coordenado pelo grande mestre russo Eugênio Kusnet); e especializado em Interpretação através do curso de Mirta Lunanski e Hugo Perrone, pela União Brasil / Rússia.
Ademir tem uma maneira única e singular de enxergar, com imaginação e percepção aguçadas, e caminha com convicção (e flexibilidade) sobre seus propósitos.
A "grande arte de ensinar" é sua tradução mais simples. Sua capacidade e objetividade são capazes de extrair, do mais singelo gesto, a mais linda cena.
É muito comum vermos seus alunos em completa paixão, como podemos observar em uma frase dita pelo próprio Ademir, "estava chovendo e a cidade estava um caos, não havia meio de atravessar... quando eu consegui chegar, com quase uma hora de atraso, lá estavam eles, ensaiando sozinhos", (referindo-se aos Portadores de Alegria , que é um núcleo de dança composto por pessoas portadoras de deficiência física).
Em seus trabalhos como ator, podemos citar "Óxenti... Romi Xinaidi?!" (de Fernando Limoeiro), "Nossa Vida em Família" (de Oduvaldo Vianna Filho), "Forrobodó" (de Vladimir Capella e José Geraldo Rocha), "Calabar - O Elogio da Traição" (de Chico Buarque e Rui Guerra), entre outros tantos...
Como diretor, Ademir realizou as montagens "O Menino Marrom" (Adaptação e Direção do conto homônimo de Ziraldo), "Arlequim, Servidor de Dois Amos" (de Carlo Goldoni), "A Encomenda" (de Fernando Limoeiro), "A Cantora Careca" (de Eugène Ionesco), "A Morte do Imortal" (de Lauro Cesar Muniz)"O Despertar da Primavera", (de Frank Wedekind), "Woyzeck" (de Georg Büchner), "A Grande Imprecação Diante dos Muros da Cidade" (de Tankred Dorst), "O Seu Dom" (show musical de lançamento do CD homônimo da cantora, Fernanda Fróes no Tom Brasil), "Possibilidades" (show com a cantora Milena Lizzi, que empresta sua voz a "Emboscada" e "Possibilidades"), para citar algumas.
Em seus trabalhos, ministrou aulas de "Interpretação" e "Prática de Montagem"; foi Coordenador do Instituto de Artes e Ciências de São Paulo; foi Coordenador do Curso de Formação de Atores do INDAC , em São Paulo; foi Professor na Escola de Arte Dramática (ECA/USP); lecionou e coordenou o "Curso Técnico em Artes Cênicas" da Fundação Macaé de Cultura e, atualmente, é professor e Diretor Artístico do Núcleo de Dança Portadores de Alegria .
Engajado em consolidar sua carreira de escritor e compositor, Ademir Martins entra em estúdio para registrar suas músicas em um CD, que conta com a produção executiva de Érica Amorim , e tem a participação especial de Fernanda Fróes , que também assina como co-produtora do projeto.
* Você pode encontrar textos e letras de Ademir Martins no blog deste perfil.
(Texto redigido por Érica Amorim .)
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