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OS HABITANTES 1994
Os Habitantes é uma banda formada inicialmente por Gedley Braga e outros integrantes em Belo Horizonte, entre 1991 e 1992. Houve um perÃodo muito fértil de composições, mas após 10 anos residindo naquela cidade, Gedley Braga decidiu retornar para sua cidade natal, Divinópolis [cidade a aproximadamente 100 km de Belo Horizonte]. A partir daÃ, a banda foi alterando sua configuração original até chegar ao trio: Cláudio José, Gedley e Rodrigo Fonseca Rodrigues, todos de Divinópolis. Desde o inÃcio de 1993, Gedley e Rodrigo começaram a idealizar e trabalhar o CD que gravariam nos últimos meses daquele ano e no inÃcio de 1994. Avesso a shows naquele momento, Gedley priorizava o entusiasmo pela composição e pelos trabalhos de estúdio. O arquiteto Cláudio José, membro de outra banda que fez história rápida em Divinópolis [Usina Gravatá] foi convidado para colocar guitarras em algumas músicas e acabou se integrando definitivamente ao pequeno grupo. Ao finalizar as mixagens em 1994, deparava-se com uma era de transição entre o analógico e o digital. A matriz digital foi transformada em uma “fita cassete demo†com edição de 200 cópias com capa e encarte (pois a produção do CD em pequena escala era ainda inacessÃvel financeiramente). Enviaram a fita para jornalistas, revistas e para todos os amigos. E pronto... Não houve nenhuma repercussão. Nunca fizeram um show de lançamento. Pouco tempo depois a fita DAT máster original foi transformada em apenas três CDs, um para cada membro da banda.
Naquele mesmo ano, 1994, Rodrigo, o único músico profissional da banda, viajou para Portugal para uma temporada de vários meses e depois entrou para a carreira acadêmica [hoje já é PhD], transferindo-se definitivamente para Belo Horizonte.
Gedley continuou com a sua carreira de artista plástico multimÃdia e com os trabalhos de conservação e restauração, transferindo-se para São Paulo no final de 1997 para atuar por nove anos [1997 a 2006] como o coordenador do Laboratório de Conservação e Restauro do MAE/USP. Nesse perÃodo, Gedley continuou os estudos acadêmicos, concluindo o Mestrado em 2003 e o Doutorado em 2008, ambos na área de Ciência da Comunicação na ECA/USP. A partir de 2006, Gedley volta a trabalhar com música [vide www.myspace.com/bragagedley e www.myspace.com/gedleybraga] fortemente estimulado por um encontro casual com Lina de Albuquerque, em Belém do Pará. Ambos estavam a trabalho e descobriram, além das afinidades musicais, serem vizinhos de bairro em São Paulo. Tendo o “MYSPACE†como plataforma inicial de divulgação, são vários os projetos de Gedley e Lina já desenvolvidos a partir de um núcleo intitulado LAVADEIRAS e seus diversos convidados [www.myspace.com/lavadeiras, www.myspace.com/costureiras, www.myspace.com/mistylavadeiras].
Cláudio José continuou em Divinópolis como um arquiteto bem conhecido [e um grande colecionador de CDs]. Ele nunca se conformou com a dispersão da banda: colocou a sua guitarra em seu suporte e nunca mais quis tocá-la. É o único que produziu literalmente um “filhoâ€, Lourenço. Vive sempre à s voltas com idéias mirabolantes de abandonar a arquitetura, mandar tudo para os ares e voltar a tocar.
Essa decisão de mostrar as músicas gravadas naquela época vem resgatar, nesses tempos de difusão mais democrática de Internet, o espÃrito de um CD gravado em 1994 que nunca teve acesso à divulgação da imprensa especializada, nem à s gravadoras e muito menos à s estações de rádio. Um dos poucos crÃticos da época que nos deu retorno disse que aquele era um dos CDs de música pop mais bem produzidos no Brasil naquela época [dentro dos recursos de uma banda independente gravando em um estúdio de 8 canais em Divinópolis]. Ele profetizou também que se não ocorresse um lançamento oficial dentro de um esquema de uma grande gravadora, nenhum jornalista ou imprensa daria atenção, pois a proposta, desde o inÃcio, era a busca do tão sonhado “pop perfeitoâ€, sem nenhuma apelação para espÃritos de vanguardas ou coisas estranhas ou exóticas que garantiriam uma atenção da “mÃdia gratuitaâ€. Outro crÃtico, verbalmente justificando por que não iria divulgar aquele trabalho, explicava com “ares de autoridadeâ€, que a música era até boa, mas algumas letras eram muito ingênuas e bobas. Para exemplificar, ele escolheu a canção que considerava como a pior letra da banda: “CANTIGAâ€. A banda revelou, então, para sua vergonha e decepção, que aquela “pior letraâ€, boba e ingênua, era apenas uma poesia de MANUEL BANDEIRA (1886-1968), musicada por Gedley Braga. Ver como as coisas funcionavam não deixava de ser decepcionante para todo o grupo, naquele momento, realmente ingênuo e crédulo de que a força de um trabalho poderia fazer cumprir sua missão de chegar ao público.
E aqui estamos. Sejam bem vindos ao ano de 1994.