SindiRock

Notas de um Sindirock--------------------------------------------------- -------------Niilista, escrachado, irônico. Ele é o antiartista: “O espírito do verdadeiro rocker”. Sua mensagem não é pacifista, romântica, telúrica, mas descrente e mordaz, de um observador que questiona a cultura da mídia, a verborragia das instituições políticas e o padrão de consumo. O engodo indigesto neste estômago satírico é expelido através de suas próprias composições, sob um canto falado, e da sua guitarra de acordes introdutórios e escalas pentatônicas. A escola de Marconi Lins passa por Raulzito e Camisa de Vênus, influências de uma geração quase recente de músicos, conterrâneos ou não. Justamente com a influência de Raul Seixas, formou a banda cover Sombra Sonora, em 1994. Com outra formação, em 1995, cria a maldita Os Hereges, ao lado do então Sid Vicious baiano Saliva. Um som sujo, punk rock, letras sarcásticas e anarquistas, causando barulho e polêmica. Depois de abrir o show dos Garotos Podres, banda punk nacional, Os Hereges são convidados a se apresentar na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, na mesma ocasião em que tocaria uma célebre figura do rock mundial, Mark Ramone, da legendária Ramones. Na ocasião, é gravado o CD ao vivo e independente. Estelionatária, música marcada por alguns palavrões, sai violenta da garganta da galera, acompanhada de Alta Voltagem, versão de High Voltage, do AC/DC. Finda os Hereges, Marconi reaparece tocando guitarra na Teto Preto e, logo mais, na Koiotes, como músico convidado. Ano seguinte, carregando na bagagem a experiência de compor e tocar, Marconi parte para um trabalho autoral, com a Sindirock, uma compilação de suas melhores músicas junto a novas composições. No set list: Só Tem Artista, Conversa Pra Boi Dormir, Apagão, Um Cara Normal e, não podendo ficar de fora, Estelionatária. Aqui está um rock’n’roll de pegada blues e arranjos que remetem às bandas hard dos anos setenta. Após abrir para as Velhas Virgens no Calypso Heineken Station, em 2003, a Sindirock se reformula com a entrada de Jerry Marlon, no contrabaixo, Hélio Rocha, na guitarra solo e Rodrigo Chapolim, na bateria. O primeiro EP, pré-lançado em 2006, retrata a maturidade dos dez anos de over drive, e noites perdidas desse roqueiro que não se preocupa em parecer agradável, comercial ou qualquer coisa do gênero. E o que estão chamando de rock? Não é estereótipo, não é pop. “É underground, homicídio cultural, suicídio social”. É a contestação na forma mais provocante. É Sindirock!-------------------------------------------------- -----------------------------------------------------Ficha Técnica do CD da Sindirock:Gravado entre 2005 e 2006 no Studio Emtranse./Mixado no N. Rios Studio em 2007 por: Nicolau Rios e Marconi Lins./Produção Musical :Jerri Marlon e Marconi Lins/Músicos:Marconi Lins (Voz, guitarras e composições)/Rodrigo Chapolim (Bateria )./Jerri Marlon (Contra-baixo)./Hélio Rocha (Guitarra solo)./Guiga Blues Rock ( Bateria )./Arte da Capa Miguel Cordeiro.