O Burro Morto surgiu mutilado, teve seus retalhos re-costurados e agora percorre os caminhos sonoros atento às cores e nuances. Respira groove, enche os pulmões de psicodelia, entorta os compassos e regurgita melodias inusitadas. Transpirando lisergia, as batidas orgânicas ancestrais ressoam nos tambores, na bateria firme e no baixo pesado, e se unem às máquinas, guitarras e sopros, que cantam através de texturas e timbres altamente imagéticos.
A inspiração vem do sangue que passeia pelas veias negras da terra antiga, que sai de Lagos, passa pelas dunas de areia escaldante, chega a Addis Ababa, escorre pelos ouvidos jazzistas no norte, desce ao estômago do deep funk e deságua novamente no terceiro mundo. É Ãfrica-Brasil, via o jazzy groove gringo.
Esse emaranhado de cabos, plugs, filtros, ociladores, delays, dinâmicas, climas, cinismo e subversão é manipulado por cinco mentes ácidas: King Size Paper (órgão, garrafa e escaleta e synth), Jesi Jesi Jew (contrabaixo, controle de despesas e trompete), Nacho Gonçalves (trompete, equações e percussão), Dom Djuw Zé (bateria e dolinha de cinco) e Armandú Chara (guitarra, tritubarão e saxofone). Nos idos de 2007 lançaram um EP, Pousada bar, tv e vÃdeo, com o qual conquistaram almas e mentes worldwide. Agora, o Burro Morto está enclausurado em seu casulo, maturando novos tons e fermentando grooves obesos, a serem lançados ainda este ano. Confira aqui!