Saudosa Maloca (Adoniran Barbosa)/
Si o senhor não istá lembrado/
Dá licença de contá/
Que aqui onde agora está/
Esse edifÃcio arto/
Era uma casa véia/
Um palacete assobradado/
Foi aqui seu moço/
Que eu, Mato Grosso e o Joca/
Construimos nossa maloca/
Mais, um dia/
nem quero me lembrá/
Veio os home c'as ferramentas/
O dono mandô derrubá/
Peguemo tudo a nossas coisa/
E fumo pro meio da rua/
Preciá a demolição/
Que tristeza que eu sentia/
Cada táuba que caÃa/
Duia no coração/
Mato Grosso quis gritá/
Mas em cima eu falei:
Os homi istá co'a razão/
Nós arranja outro lugá/
Só se conformemos quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertô"/
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim/
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,/
Que dim donde nóis passemo dias feliz em nossas vida.Ao ouvir falar em SAUDOSA MALOCA, é inevitável lembrar do samba de Adoniran Barbosa. Afinal, é uma das mais importantes composições da música popular brasileira, cantada e tocada dos quintais mais recheados de cheiros, temperos e finas batucadas aos palcos mais afamados. Na música os amigos aceitam a demolição da Maloca, e só tem dela as lembranças (as melhores das vidas deles). Aproveitando-se desse mote, um trio de malucos resolve por em prática a idéia de fazer diversas festas numa verdadeira maloca. Não se trata de um palacete assombradado, mas uma das diversas casas do SÃtio Histórico de Olinda. Diante da mesmice das festas da cidade, a idéia que surgiu da Bota de Guilherme Tenório, caÃu como uma luva nas mãos e no gosto do público. Bandas e DJ´s que movimentam a cena pernambucana com carreira já consolidada fazendo intercâmbio com outras jovens bandas locais e de outros estados do paÃs, mostras de artes plásticas e visuais, artistas de rua e figuras caricatas que enfeitam as ladeiras da cidade. Tudo isso reunido num espaçoso e acolhedor quintal. A idéia vai além de fazer com que o público passe momentos felizes como em qualquer evento. Nas festas do PROJETO SAUDOSA MALOCA, o conceito primordial é unir as tendências da arte sem barreiras ou preconceitos. Não precisamos destruir as Malocas em nome do "pogresso", queremos viver com nossas mais valiosas recordações, já que elas formam nossa identidade cultural. Outro ponto que diferencia a Saudosa Maloca é o apelo a valorização da preservação do Patrimônio Material de cidades como Olinda e Recife, que possuem um representativo casarÃo que de modo algum pode ser depredado.
O Grande lance é não deixar que as tradições expressas através da arte, arquitetura e claro, do modo de vida das pessoas sejam sufocados, sem no entanto fechar os olhos para as novas linguagens artÃsticas. (Texto: Kemla Baptista)
Em sua primeira edição a festa, que foi um sucesso, misturou a gafieira do ROGER MAN E OS SANTOS DE GUERRILHA, os grooves do WADO, o Hip Hop do INQUILINUS, o dub que saÃa das carrapetas dos DJ´s KinG Dub e Xupeta e claro , as intervensões audiovisuais do VJ Pyrrho. Combinações improváveis, mas completamente interligadas, que fizeram o público curtir até o despertar do sol na Marim dos Caetés.A segunda edição foi dedicada inteiramente ao soul e funk music com aquele temperinho brasileiro bem marôto. Com a apresentação da literalmente, big band instrumental, A RODA, da banda DIZ MAIA que faz releituras das músicas da fase Racional do Tim Maia e o auxilio luxuoso do DJ 440 com seu sambalogic.
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