Não, esta história não começa com uma banda de garagem. No inÃcio, foi o Conservatório.
Pedro Abrunhosa escolheu o caminho mais difÃcil. Não começou por ganhar fama na música ligeira, para se aventurar depois em projectos mais ousados. Fez ao contrário: aos 16 anos estudava Análise, Composição e História da Música com Ãlvaro Salazar e Jorge Peixinho, na Escola de Música do Porto. Depois, no Conservatório, estudou Composição com Cândido Lima, enquanto era convidado para integrar o Grupo de Música Contemporânea de Madrid, do compositor Enrique X. Macias, com quem participou em espectáculos em Espanha e Portugal.
Entrou na música pela via erudita. E quando chegou ao jazz era um erudito a tocar jazz. Em 1984 foi para Madrid, aprender com o contrabaixista Todd Coolman e os músicos Joe Hunt, Wallace Rooney, Gerry Nyewood e Steve Brown. E depois com Adriano Aguiar e Alejandro Erlich Oliva, seus mestres de contrabaixo. Foram os anos do jazz. Participou em seminários internacionais, formou bandas, tocou em orquestras, realizou tournées. Colaborou com grandes figuras como Paul Motion, Bill Frisell, Joe Lovano, David Liebman, Billy Hart. Ensinou contrabaixo na escola do Hot Club de Lisboa, realizou e produziu o programa “Até Jazzâ€, no Rádio Clube do Porto. Fundou a Escola de Jazz do Porto e a “Cool Jazz Orchestraâ€, que viria a transformar-se em “Pedro Abrunhosa e a Máquina do Somâ€, que executava temas originais.
A viagem seguinte foram os Bandemónio. E o álbum a que chamou Viagens, editado em 1994. Um disco de rock cheio de jazz e de vida. Pedro Abrunhosa sempre viajou. Pelos vários continentes da música, tal como pelo mundo, com uma Renault 4L em segunda mão ou à boleia, com uma mochila às costas. Ao contrário de muitos outros, o seu percurso musical foi do mais complexo ao mais simples, rumo à depuração da linguagem, com destino à essência das coisas. Quando chegou ao rock trazia a mochila cheia de História e de rigor.
Viagens atingiu a tripla Platina, com mais de 140 mil exemplares vendidos. Pedro Abrunhosa comparecia finalmente ao encontro com as grandes audiências. Tinha algo para lhes dizer, e foi entendido.
Esse pacto com as multidões nunca mais foi quebrado. Em 1995 lança o maxi-single F e em 1996 o álbum Tempo, que vendeu, numa semana, 80 mil exemplares. Atingiu a quádrupla Platina, com vendas a ultrapassar os 180 mil.
Em 1999 é lançado Silêncio e em 2002 Momento, respectivamente platina e dupla platina. O álbum triplo Palco, editado em 2003 e contendo gravações de concertos ao vivo, vendeu mais de 70 mil unidades, e Intimidade, DVD editado em 2005 e gravado ao vivo na inauguração da Casa da Música, atinge idêntico êxito.
De todos os discos, há temas que se tornam hinos, estribilhos, adágios. Há temas que se tornam lendas. “Se eu fosse um dia o teu olharâ€, do álbum Tempo, é usado no filme “Adão e Evaâ€, de Joaquim Leitão, que se tornou um êxito de bilheteira. Editada no Brasil, a música vendeu mais de 800 mil cópias.
As canções de Pedro Abrunhosa estão cheias de histórias, felizes e infelizes, únicas e intensas. Talvez por isso o cinema as tenha atraÃdo. Além de “Adão e Evaâ€, “A Cartaâ€, de Manoel de Oliveira, que ganhou o Grande Prémio do Júri do Festival de Cannes, tem banda sonora de Abrunhosa (que participa como actor, contracenando com Chiara Mastroiani), bem como “L’Amour en Latinâ€, de Serge Abramovic ou “Novo Mundoâ€, de António. E as peças de teatro “Possessos de Amorâ€, “A Teiaâ€, “O Aniversário de Infantaâ€, “150 anos de Bonfimâ€.
Nos últimos anos, Abrunhosa editou livros, realizou ciclos de conferências, trabalhou com músicos de vários géneros e geografias.
Viagens contou com a participação de Maceo Parker, saxofonista de James Brown. Para o álbum Tempo, Pedro trabalhou em Minneapolis, Memphis e Nova Iorque com toda a banda de Prince, os New Power Generation, e Tom Tucker, o seu engenheiro principal, com os quais fez uma digressão.
Apresentou-se em espectáculo com Caetano Veloso e tocou com outros músicos brasileiros como Lenine, Zélia Duncan, Elba Ramalho, Zeca Baleiro, Sandra de Sá, Syang, Rio Soul.
Luz, editado em Junho de 2007, voltou a ter a participação dos The Hornheads, a secção de sopros de Prince, depois de terem já participado nos discos Tempo e Palco.
Em Julho de 2007, Nelly Furtado incluiu “Tudo O Que Eu Te Dou†na sua playlist, destacando-a como uma das suas canções preferidas de sempre. Pedro Abrunhosa cantou em dueto com a luso-canadiana.
Luz representa uma nova fase que se abre perante a conjuntura social, estética e humana, a que o mundo, entretanto, forçou o compositor. O disco de 2007 representa, assim, uma metáfora sobre as sombras criadas por esta nova realidade. É, pois, mais uma Luz espiritual, por vezes negra, do que o mero conceito substantivo a que a palavra poderá induzir. É um caminho possÃvel, é uma reverberação lançada sob os nossos pés, iluminando as noites, as cidades, as almas.
Composto e escrito, como sempre, por Pedro Abrunhosa, Luz foi disco de ouro logo na semana de lançamento, tendo subido ao 1º lugar do top nacional de vendas. Luz sucede a Momento. O registo editado em 2002 teve mais de 90.000 cópias vendidas.
Acompanhado, desde 1991, pelos Bandemónio, constituÃdos por Cláudio Souto nas teclas, Edgar Caramelo no saxofone tenor, João André no baixo, Marco Nunes nas guitarras e Pedro Martins na bateria, Pedro Abrunhosa afirma-se cada vez mais como cantautor, sendo, simultaneamente, intérprete na voz e no piano.
Considera que a música não é neutra. É uma ideologia de fraternidade. Não se é músico sem o sentido de pertencer a uma famÃlia e sem se estar comprometido com o mundo.
Para Abrunhosa, a música é uma viagem que não se faz sozinho, apesar de o ter levado aos limites da originalidade. A uma ilha exclusiva.
No, this story does not start with a garage band. The beginning of it all was the Conservatoire.
Pedro Abrunhosa chose the hardest way. He didn’t start by becoming known in the light music’s world, and then make his way in more daring directions. Quite the opposite: at the age of 16 he was studying Analysis, Composition and Theory of Music with Ãlvaro Salazar and Jorge Peixinho at the Porto School of Music. Later, at the Conservatoire, he studied Composition with Cândido Lima, and at the same time was invited to participate in the Madrid Contemporary Music Group, led by the composer Enrique X. Macias, with whom he gave concerts in Spain and Portugal.
He entered the world of music by a scholarly route. And when he arrived at jazz he was a scholar playing jazz. In 1984 he went to Madrid to study with the counter bass player Todd Coolman and with musicians Joe Hunt, Wallace Rooney, Gerry Nyewood and Steve Brown. Later with Adriano Aguiar and Alejandro Elrich Oliva, his counter bass teachers. Those were the jazz years. He took part in international seminaries, created bands, played in orchestras, went on tours. He collaborated with well known artists such as Paul Motion, Bill Frisell, Joe Lovano, David Liebman, Billy Hart. He taught counter bass at the Lisbon Hot Club School, directed and produced the programme “ Até Jazz†for Porto Radio Club. He founded the Porto Jazz School and the “Cool Jazz Orchestra†which would eventually become “Pedro Abrunhosa e a Máquina do Somâ€, playing original themes.
The next stage of the journey was the Bandemónio, and the album called Viagens edited in 1994 – a record brimming with jazz and life. Pedro Abrunhosa never stopped travelling through the various musical and geographical continents, in a second hand Renault 4L or hitching a lift with a rucksack on his back. In contrast with most other musicians, his musical trajectory went from complex to simple, in the direction of language refinement and getting down to the basic essence of things. When he arrived at rock his rucksack was full of History and attention to detail.
Viagens was a triple Platinium, selling more than 140,000 copies. Pedro Abrunhosa at last came out to meet mass audiences. He had something to say, and it was understood.
This pact with the masses was never broken. In 1995 comes the maxi-single F and in 1996 the album Tempo which sold 80,000 copies in the first week, and gained a Quadruple Platinium award, selling more than 180,000 copies.
In 1999 comes Silêncio and in 2002 Momento, respectively Platinium and Double Platinium. The triple album Palco, edited in 2003 with recordings of live concerts, sold more than 70,000 copies, a feat equalled in 2005 with Intimidade, recorded live at the opening of the Casa da Música.
In every record there are themes that become hymns, refrain and adagios.â€Se eu fosse um dia o teu olhar†from the Tempo album, appears in Joaquim Leitão’s box-office success film “Adão e Evaâ€. Edited in Brazil, it sold more than 800,000 copies.
Pedro Abrunhosa’s songs are full of stories, happy and sad, unique and intense. For this reason perhaps the cinema has attracted them. As well as “Adão e Evaâ€, Manuel Oliveira’s “A Cartaâ€(winner of the Jury’s Grand Prix at Cannes) has as its soundtrack Abrunhosa’s music, (he also takes part as an actor in scenes with Chiara Mastroiani). Serge Abramovic’s “L’Amour en Latin†and António’s “Novo Mundo†also have his music as do the plays “Possessos de Amorâ€, “A Teiaâ€, “ O Aniversário de Infanta, “150 anos de Bonfimâ€.
Over the last few years Abrunhosa has edited books, given conferences and worked with musicians in various styles and geographic locations.
Viagens had the participation of Maceo Parker, James Brown’s sax player. For the album Tempo, Pedro worked in Minneapolis, Memphis and New York with all of Prince’s band, New Power Generation and Tom Tucker, his main engineer, all of whom he went on tour with.
Abrunhosa performed with Caetano Veloso and played with other brazilian musicians such as Lenine, Zélia Duncan, Elba Ramalho, Zeca Baleiro, Sandra de Sá, Syan, Rio Soul.
Luz, edited in June 2007, once more included The Hornheads, Prince’s wind instrumentalists, who had already participated in the albums Tempo and Palco.
In July 2007, Nelly Furtado included “Tudo O Que Eu Te Dou†in her playlist, focussing it as one of her favourite songs ever. Pedro Abrunhosa sang a duet with this Luso-Canadian singer.
Luz marks the beginning of a new phase in face of the social aesthetic and human conditions on which the world has obliged the composer to focus his attention.
The 2007 record is a metaphor about the shadows created by this new reality. It is therefore, a spiritual Light, sometimes a dark one, rather than a mere substantive concept that the word may suggest. It is a possible way, a reverberation thrown beneath our feet, illuminating nights, cities and souls.
Composed and written, as always, by Pedro Abrunhosa, Luz was Gold on the first week it was released, having hit the number one at the top of national charts.
Luz succeeds Momento, the 2002 album having sold over 90,000 copies.
Since 1991, Abrunhosa has played with Bandemónio composed of Cláudio Souto ..boards, Edgar Caramelo on tenor sax, João André on bass, Marco Nunes on guitar and Pedro Martins on drums; Pedro Abrunhosa occupies an ever more prominent place as a performer and simultaneously as a singer and pianist.
He considers music not to be neutral, but an ideology of brotherhood. One cannot be a musician if one does not feel one belongs to a family and is not aware of an obligation towards the world.
For Pedro Abrunhosa, music is a journey that is not made alone, although it has taken him to the extremes of originality. To an exclusive island.
www.abrunhosa.com
http://www.myspace.com/abrunhosa
http://pedro-abrunhosa.blogspot.com/
http://pedro_abrunhosa.blogs.sapo.pt/
DISCOGRAFIA | DISCOGRAPHY:
2007 | Luz | Universal
2005 | Intimidade | Universal (DVD+CD)
2003 | Palco | Universal
2002 | Momento | Universal
1999 | Silêncio | Universal
1997 | Tempo, Remixes + Versões | PolyGram
1996 | Tempo | PolyGram
1995 | F | PolyGram
1994 | Viagens | PolyGram
Actualiz. Nov 07 | Last update Nov.07