Sanfona profile picture

Sanfona

Wellcome to Portuguese Hurdy Gurdy (Sanfona)

About Me

A sanfona é um cordofone (instrumento de cordas) com a particularidade de que o som é extraído através de uma roda accionada por uma manivela, que fricciona as cordas situadas dentro da caixa. Possui dois tipo de cordas: as cantantes (ou melódicas), responsáveis pela melodia, e os bordões (ou cordas pedais) que emitem um som contínuo, sem variações de tom. As melodias são obtidas dedilhando um teclado que acciona os tempereiros (espécie de martelo que prime as cordas cantantes que, friccionadas pela roda, emitem as diferentes notas)Numa obra intitulada "Instrumentos Musicais Populares Portugueses", publicada em 1966 por Ernesto Veiga de Oliveira, é descrita minuciosamente a origem e evolução da sanfona. Este peculiar instrumento deriva do organistrum, ?instrumento exclusivamente europeu, de que há notícias a partir do século IX, representado desde o século XII com muita frequência na escultura religiosa românica; de entrada essencialmente monástico, ele representa mesmo a consubstanciação das regras da mais antiga polifonia ocidental.? Segundo aquele autor, a sanfona, com capacidades sonoras enriquecidas e simplificada nas suas características funcionais e estéticas, representará ?a laicização do organistrum?, que, por volta do século XIII, foi destronado na música de igreja pelo órgão.A partir do século XIII, a sanfona passou a ser utilizada quer pelo povo, quer pela nobreza. Nesta época, príncipes, trovadores e jograis, devido ao seu timbre discreto, preferiam-na para acompanhar as suas festas e cantares, embora já fosse também usada por vagabundos.Depois do século XV este instrumento entra em decadência, acentuada pela evolução e preponderância do violino.Dizia, em 1966, Ernesto Veiga de Oliveira: «Entre nós, da sanfona queda rara lembrança, e já apenas como instrumento de feira, cada vez mais raro, ao serviço de mendigos e cegos que, sem a saberem tocar, a envileceram e desacreditaram; e é neste aspecto final que a memória dela se fixou. (...) Contudo há menos de cinquenta anos, viam-se ainda, não com frequência, mas pelo menos como uma presença normal e característica, desmanteladas e encardidas pelo pó de intérminas andanças, nas feiras e festas importantes do país, mormente do norte e sobretudo em Trás-os-Montes, a tiracolo de cegos mendicantes, acompanhando com o estrídulo monótono do seu arranhar roufenho a cantoria lamurienta desses pobres vagabundos. Em todo o caso, mesmo nesses países em que se procura salvar a sanfona do total desaparecimento, ela é já uma raridade sem vida espontânea, uma comovente figura do passado, quando não uma simples curiosidade arqueológica, que o mundo de hoje ignora irremediavelmente.»Para uma referência próxima à sanfona pode-se consultar o Volume II da obra de António Lourenço Fontes "Etnografia Transmontana". Lembra este autor, a propósito das "bodas à antiga": «(...) Os cantadores, depois de fazerem botar a lágrima aos pais em público com as suas quadras, ao som da sanfona ou concertina, animam os mesmos a esta façanha de entregar a esposada ao esposo...»Na Galiza a sanfona teve muito relevo e, apesar de também o seu uso ter decaído até determinada época mais ou menos recente, foi (e é) tida como um instrumento nacional, a par da gaita-de-foles. Actualmente na Galiza são muitos (e bons) os grupos que a utilizam, havendo alguns fabricantes que a constróem. Em Portugal apenas Fernando Meireles a constrói com regularidade.

My Interests

Music:

Member Since: 5/11/2007
Band Members: Fernando Meireles , nasceu em Paço de Sousa, Penafiel, em 1959. Iniciou os estudos musicais em 1983 no Conservatório de Música de Coimbra, onde frequentou as disciplinas de violino e educação musical. Em 1984 começa a dedicar-se como autodidacta à investigação e construção de instrumentos musicais populares portugueses.

Em 1986 foi convidado para orientar a Escola Oficina da TAUC (Tuna Académica da Universidade de Coimbra), lugar que ainda hoje ocupa.

Tocou cavaquinho no grupo Tempos Novos da Figueira da Foz. Tocou violino, cavaquinho e bandolim no grupo de música popular do Ateneu de Coimbra. Tocou violino, cavaquinho e sanfona no GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra).

Participou como músico em gravações de discos de Fausto (Crónicas da Terra Ardente e Atrás dos Tempos Vêm Tempos), Toque de Caixa (Histórias do Som), Diana Lucas (Um Cantinho no Céu), João Balão (Cantigas de Amigos) e em espectáculos com o Grupo Bailia das Frores, um projecto de Manuel Tentúgal (3º Festival Intercéltico do Porto) e Toque de Caixa (5º Festival Intercéltico do Porto.

Foi professor de construção de instrumentos musicais populares portugueses no ano lectivo de 1995/96 num curso promovido pela Direcção Regional da Cultura do Centro, pela Universidade de Coimbra e subsidiado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional de Coimbra.

Participou no filme “Vai e Vem” de João de César Monteiro com uma composição para sanfona que aparece a ser tocada pelo autor actor. Participou no filme “Fados” de Carlos Saura, como actor intérprete de sanfona.

Participou no Doc “Contrastes” sobre a guitarra portuguesa e o fado gravado pelo canal Odisseia.

A construção da Sanfona Portuguesa e a sua reintegração na música tradicional e na nova música portuguesa, fazem parte deste projecto iniciado em 1984 altura em que começou a construir instrumentos musicais populares portugueses, com um crescente interesse pelos mesmos.

Anteriormente à construção da Sanfona fez um trabalho idêntico com a Viola Beiroa e Viola Toeira, instrumentos de uma beleza rara, dos quais apenas resta a memória e alguns exemplares em museus portugueses.

É fundador do grupo Realejo e do grupo Man&Bellas. São de sua autoria as sanfonas, concertinas, as violas, viola braguesa, os bandolins e os cavaquinhos tocados nos grupos.

Tocam com os seus instrumentos: Pedro Caldeira Cabral, Júlio Pereira, Amadeu Magalhães, Paulo Soares (Jójó), Philippe de Sousa, Luís Garção, Zé Martins, António Pinto, Rui Vinagre, Mário Henriques, Luís Peixoto, António Justiça, Zé Alegre, Diniz Geraldes,etc.

Em 1995 foi-lhe atribuído pela Câmara Municipal de Coimbra uma Medalha de Mérito Cultural que lhe foi entregue em sessão solene no Salão Nobre durante as comemorações do dia 25 de Abril.

Influences: Ernesto Veiga de Oliveira
Pedro Caldeira Cabral
Jùlio Pereira
Lousã Henriques
Amadeu Magalhães
Fausto
José Afonso
Blowsabella
Nigel Eaton
Patrick Bouffard
Valentim Clastrier
Hedningarna

Sounds Like: Hurdy Gurdies made by FERNANDO MEIRELES

Fernando Meireles Guitarra de Coimbra

Add to My Profile | More Videos
Record Label: unsigned
Type of Label: None