About Me
O desenho das curvas
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.....................................................Eu já comi pão de forma com catchup na casa do Lucas. Bêbado e com fome, sem dinheiro e sem vergonha de acabar com a comida da casa alheia, junto com outra pessoa na mesma situação, consumi em meia hora uma quantidade do pão macio e do tempero vermelho que dariam para um mês de lanches na casa dele ............................................................
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A prosaica introdução é só para explicar porque não vou falar aqui de “Lucas dos Anjos†fingindo que ele é uma pessoa que eu não conheço. Lucas é um cara que eu conheci na faculdade, que tocava músicas no violão e tinha uma voz bonita que transmitia paz. Ainda toca, e ainda tem
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.....................................................Costumo
me lembrar de coisas que não aconteceram, enquanto de coisas que realmente aconteceram, eu não me lembro. Mas acontece que eu me lembro de Lucas tocando pedaços de músicas compostas por ele. Nessa hora ele cantava mais baixo e passava o dedo com menos força nas cordas para elas fazerem blom.
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.....................................................Por isso a surpresa em colocar o disco Continua pra tocar, e ele fazer BLOM. O álbum é independente, tem nove faixas e produção caprichada. Para as pessoas que chegaram até aqui e ainda não sabem quem diabos é Lucas dos Anjos, sugiro uma visita ao myspace.com/lucasdosanjos, especialmente as que gostam de BLOMS e tindondons de violões, entre outras onomatopéias de baixos, teclados e vozes de meninos e meninas.
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.....................................................“Foi um processo novo, me senti meio ET perto de tanta parafernália e equipamentos. Ansiedade, nervosismo, horas a fio tentando gravar uma coisa só. Mas no final, o reconhecimento do produto acabado faz valer tudo. E se sentir autor de uma coisa legal é igualmente legal.†Esta foi a gravação do disco na versão de Lucas dos Anjos.
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.....................................................Outra parte das pessoas que vão ler isto aqui já conhecem o Lucas e o caminho da sua música, que vai de Vinicius de Morais a Strokes, passando por Lenine e Mombojó. Acho que essas pessoas, como eu, vão achar legal uma coisa que ele fala sobre textos escritos e textos cantados:
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.....................................................“Os textos, poesias, contos e tudo mais são mais soltos na forma e na linguagem. O sentido é desejável que não esteja na cara e sim nos cantos da leitura. A música tem uma pitada disso, mas o sentido, na minha forma de pensar, deve estar mais claro. As sensações estão mais no raso e você usa outro recurso, o apelo sonoro, pra dar o clima, pra esconder mais, pra desenhar as curvas que você imagina querer nas músicas.â€
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.....................................................Quando você está tentando ficar bêbado num bar em BH (ou na casa de um amigo), à s quatro da manhã, tudo o que você quer é desenhar uma curva para a sua própria vida, como se você mesmo fosse uma música, e quisesse ser uma boa. Então, Continua pode ser uma grande curva. Lucas diz que é “um gritoâ€, e com certeza, mesmo usando palavras escritas sem tindondons, ele pode fechar este texto melhor do que eu.
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.....................................................“A idéia é fazer música profissionalmente. É uma aposta minha e do Felipe Fantoni. É um currÃculo sonoro que me servirá como um registro de qualidade (ou não). Mas entenda “profissionalmente†como algo despretensioso, quero é tocar e continuar o processo, por isso Continua é um grito pra mim mesmo. E tomara que dê certo.â€
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.....................................................por Rodrigo Ortegahttp://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=65873