CARLOS HENRIQUE MACHADO
Nascido em Volta Redonda, há trinta anos envolvido com a música instrumental,
basicamente no universo amplo do choro brasileiro, Carlos Henrique Machado
vem sendo considerado no meio musical e critica, como um dos principais
compositores contemporâneos da música instrumental brasileira.
Em sua trajetória, o músico liderou vários grupos de choro que surgem
no mesmo perÃodo em que outros jovens se misturaram com veteranos como
Lenir Siqueira, Rafael Rabello e Rossini Ferreira que se encontraram no
primeiro Concurso de Conjuntos de Choro em 1976, na época, com dezenove
anos. Mais tarde lidera uma nova formação que ganhou, por duas vezes consecutivas,
o prêmio Juarez Barroso na Escola Nacional de Música (UFRJ) na década
de 80.
Em 2000 fez uma profunda pesquisa sobre a obra do compositor Garoto (AnÃbal
Augusto Sardinha). Em 2001 participou como compositor ao lado de Cristóvão
Bastos, Guinga, Leandro Braga e outros grandes nomes, do seleto grupo
do Festival Chorando no Rio, com a música "Meu Pandeiro no Choro" de sua
autoria, resultando em um CD e um Song Book com todas as composições selecionadas
pelo MIS-RJ.
Com dois trabalhos autorais, o primeiro, lançado em 2002, "Comigo Não,
Violão!", onde apresenta quatorze composições inéditas de sua autoria
e recebe as mais altas cotações da crÃtica especializada.
No seu segundo trabalho, o premiado álbum duplo, "Vale dos Tambores" Carlos
Henrique Machado mergulha em seu próprio universo e faz uma profunda pesquisa
sobre a história musical da sua região, por perceber que se trata de uma
das regiões mais musicais do Brasil, a Bacia do Rio ParaÃba que abrange
os interiores de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro.
Vencedor do Prêmio Rival Petrobrás de Música em 2005. Foi também selecionado
como um dos dez melhores CDs importados pelo Japão "Top-10", merecendo
uma extensa matéria no jornal MPB de Tóquio.
Em sua pesquisa, o músico explica porque em torno dessas águas se desenvolveram
artes de grandes Ãcones da música brasileira, como Clementina de Jesus,
Rosinha de Valença, Tânia Maria, Vovó Maria (mulher de Donga), Geraldo
Pereira, Mano Elói (fundador do Império Serrano), Natal da Portela, Benedito
Lacerda, Patápio Silva, Altamiro Carrilho, Egberto Gismonti, Baden Powel,
Dilermando Reis, Bonfiglio de Oliveira, Martinho da Vila, Ari Barroso,
Herivelto Martins, dentre tantos outros fantásticos músicos profissionais
e amadores, herdeiros do magnetismo sonoro da Bacia que banha o triângulo
matuto do Brasil.
Observando o universo do choro, música central brasileira, assim como
o jazz americano, o choro propriamente dito, inicia o seu desenho, já
com definição brasileira autônoma, a partir do inÃcio e meados do século
XIX com as bandas de escravos das fazendas de café, que tinham em princÃpio,
formações européias e que, aos poucos, foram se tornando uma múltipla
linguagem de um paÃs que se encontrou nos dois principais ciclos econômicos
no Vale do ParaÃba, o ciclo do café e o ciclo industrial.
De extensa pluralidade em suas expressões artÃsticas, o Vale preserva
vivos na memória, os elementos que se fundem na linguagem do choro brasileiro,
lundus, curimbas, candombes, maxixes, calangos, toadas, jongos, congadas,
moçambiques, cirandas portuguesas e suas fragmentações rÃtmicas e melódicas.
É dentro desse universo mátrio que Carlos Henrique mergulha para fazer
o seu álbum "Vale dos Tambores" que recebe importantes elogios como:
Num dos seus últimos artigos, o grande pesquisador crÃtico de música e
escritor, Roberto M. Moura, (ABI e Tribuna da Imprensa) - Classifica o
trabalho vale dos Tambores como "obra magnÃfica" e conclui, "que coisa
comovente! Tanto pesquisa, quanto música. Se tivesse brotado de alguma
cabeça coroada da metrópole, estaria mui justamente ungido como obra de
arte, como de fato é".
Luis Nassif, jornalista e crÃtico de música - encantado com a música Catira,
composta por Carlos Henrique, diz que nunca viu nada parecido na história
do choro. Classifica Vale dos Tambores como "Obra estupenda" e afirma
que Carlos Henrique é um dos maiores compositores contemporâneos. E vai
mais longe, num único trabalho o compositor nos revelou pelo menos vinte
clássicos de uma só vez. "É de matar de prazer", "Carlos Henrique é um
portento".
Tárik de Souza (Jornal do Brasil) - classifica como "um dos melhores trabalhos
brasileiros de 2005 ". Tárik se encanta com a pesquisa de Carlos Henrique
e a qualidade de sua obra musical.
João Pimentel (O Globo) - "Carlos Henrique fez em Vale dos Tambores um
trabalho inspirado e essencial" e destaca, "Tambores ancestrais voltam
em choro".
Antônio Carlos Miguel (O Globo) - "Excelente o CD Vale dos Tambores de
Carlos Henrique".
Jorge Fernando dos Santos (compositor, escritor e jornalista) diz - Todos
os elementos da música brasileira correm nas veias do som de Carlos Henrique:
dos antigos batuques de nossa formação musical à sofisticação de Tom Jobim,
Guinga e Gismonti. O cara é simplesmente genial. Um dos mais criativos
compositores do paÃs.
Altamiro Carrilho - Uma lenda viva da música brasileira, em seu programa
na Rádio Mec diz textualmente, "Carlos Henrique compõe como os grandes
compositores da história do choro, Vale dos Tambores é uma obra magnÃfica".
Rildo Hora, um dos mais renomados produtores da música brasileira. Compositor,
arranjador e instrumentista, diz - "Carlos Henrique Machado é uma das
melhores coisas que apareceram nas últimas décadas na música brasileira,
ouviu atentamente os ecos dos tambores ancestrais ele compôs uma obra
magnÃfica. Estou muito impressionado com o Vale dos Tambores".
Henrique Lima (Reco do Bandolim) - presidente do Clube do Choro de BrasÃlia
classifica Vale dos Tambores como "o melhor trabalho dos últimos anos
da música instrumental brasileira". Considera Carlos Henrique o maior
compositor de choro atualmente no Brasil.
Marcello Laranja (presidente do Clube do Choro de Santos) - Vale dos Tambores
trata-se de uma das obras mais importantes em matéria de choro já realizada
no Brasil. Para mim é um concerto ou se preferirem, uma sinfonia popular
de choro. Simplesmente espetacular. Conteúdo riquÃssimo. Os brasileiros
precisam tomar conhecimento desse trabalho.
Ava Araújo (Blog da Ava), cantora e compositora - Um dos melhores trabalhos
de choro dos últimos anos.
Edson Wander (Agência Carta Maior) - Por ironias só vistas no Brasil,
um novo e rico repertório do choro e sua discussão profunda são revisitados
por um não-técnico. Carlos Henrique Machado de Freitas compôs tudo sem
dominar partituras. Belas peças e 35 faixas, todas gravadas com músicos
de Volta Redonda.
Déa Trancoso (cantora que teve quatro indicações ao Prêmio TIM 2007 com
seu belÃssimo Tum Tum Tum. Vale dos Tambores é uma relÃquia, uma preciosidade.
A MÚSICA IMENSA DO VALE DOS TAMBORES
Urariano Mota, La InsÃgnia (Jornalista e poeta pernambucano) - Trecho
da matéria "A Música Imensa do Vale dos Tambores".
"No Vale dos Tambores, Carlos Henrique Machado foi buscar na própria aldeia,
na sua cidade, e aliou a sensibilidade artÃstica a uma paciência de historiador
e execução de virtuoso. Imaginem só a felicidade. Seria como alguém realizar
um trabalho de homenagem à literatura brasileira a escrever os capÃtulos
à maneira de Machado de Assis, à maneira de Graciliano Ramos, à maneira
de João Cabral de Melo Neto, e ainda assim, em todos os capÃtulos, à sua
própria maneira. Digo sem medo de errar e com a mão na consciência: Carlos
Henrique Machado realizou a melhor obra de choro dos últimos tempos. E
mais não digo e mais não falo, apenas copio o que escrevi na passagem
de Canto dos Quilombos para Cortando um Dobrado: ouvir esses choros é
como entrar no céu. No céu que imaginamos ser o céu, lugar de alegria
e confraternização. É como ter direito a um pedacinho do céu, depois de
todo o sofrimento".
CONVERSANDO COM CANHOTO DA PARAÃBA
Urariano Mota (La InsÃgnia) - Trecho da matéria "Conversando com Canhoto
da ParaÃba", quando Urariano em visita a Canhoto entrega-lhe o presente
enviado por Carlos Henrique, o CD Vale dos Tambores que ouviram juntos.
"Aos primeiros acordes do choro Canto dos Quilombos ele sorri. Melhor
dizendo, sorri, não, ele põe um sorriso que não volta se fechar nos lábios.
Então entra o cavaquinho, então vem o bandolim, então acompanham violões.
Para quê? Como é que se pode ser infeliz a ouvir uma composição dessas?
Não sei se descobri a pólvora, mas Canhoto é feliz porque é um homem musical.
Ele retira do som o remédio para a desgraça. Porque a sorrir ele se põe
a balançar a cabeça também, a dizer e a se repetir "sim" em silêncio.
Então eu sei e sinto que ele está liberto. Ele não está mais naquela cadeira,
ou melhor, estando sentado nela, a cadeira é um objeto de profundo conforto.
É como estar na dor e integrar a dor em algo maior, em outro lugar, onde
a própria dor não tem razão, como expressou Paulinho da Viola. Então ele
comenta, baixinho, à sua maneira, mas com um ar no rosto que não admite
outra frase:
- Como tem gente boa no Brasil.
É fato. Agora é a minha vez de ficar balançando a cabeça. Vêm outros choros,
até chegar na composição Catira. E ele, esquecido do nome do artista que
ouve:
- É João Pernambuco?
Não, Canhoto, é Carlos Henrique Machado, eu lhe respondo".
Carlos Henrique lançou em 2005 o seu song book com 48 composições próprias,
intitulado "Choro Brasileiro de Carlos Henrique". Ambos, CD e song book
podem ser adquiridos através do site: www.carloshenrique.mus.br
Atualmente vem trabalhando o seu próximo CD com dezoito músicas inéditas,
intitulado "Força Bruta", onde o músico aborda aspectos de Mário de Andrade
sobre o Choro Brasileiro, mais especificamente, o encontro dele com Pixinguinha
que rendeu a Mário de Andrade matéria-prima para escrever o livro "Música
de Feitiçaria no Brasil"