CLIPE OFICIAL DE "NADA NÃO" (jul/2008)
RÉVEILLON - FINALISTA VMB 2006 CLIPE INDEPENDENTE
Você nunca viu banda como os Ecos Falsos. Muito provavelmente porque você nunca viu os Ecos Falsos, ou não precisarÃamos escrever este release. Mesmo assim, o argumento se sustenta: não importa o ângulo, esses quatro rostinhos bonitos do rock teimam em não ser iguais aos outros.
Eles se conheceram na Universidade de São Paulo, mas não são esquerdistas nem playboys, nem esquerdistas playboys. Tocam de um modo absolutamente punk, mas quase todos seus arranjos exigem pelo menos três guitarras diferentes. As músicas lembram tudo ao mesmo tempo, de Blur a Queens Of The Stone Age, de Radiohead a Tim Maia, de LÃngua de Trapo a Beach Boys - mas não é fácil apontar uma só banda com que se pareçam, o que deve ser um bom sinal. Se você perguntar, eles vão dizer que gostam de Beatles, Mutantes, Frank Zappa e Cartola, entre muitas outras coisas. E um deles também gosta de Engenheiros do Hawaii, mas deixa isso pra lá.
O principal letrista da banda tem seis livros infantis publicados, além de já ter passado uma semana num campo de treinamento da Nasa (longa história). Sobre o que falam as músicas de Descartável Longa Vida? O apocalipse camarada (“Findo Milênioâ€, dizem eles, antecipou o Afeganistão e o 11 de setembro); carnaval, mas de um jeito nada Los Hermanos (“Qual será o problema de a gente ficar legal? / Já comprei o meu abadá / Eu aqui e o povo lá / Não é isso que vai nos separarâ€, em “Clóvis Bornay Is Deadâ€); sÃndrome de terceiro mundo, mas de um jeito nada Fausto Fawcett (“Como assim? Você não viu? / Se é bom pra Nova York é bom para o Brasilâ€, em “A Última Palavra em Fashionâ€); heresia pura e simples (“Inibié não tem igreja / Onde houver fé leva a cervejaâ€, em “O Bom Amigo Inibiéâ€)...
Nada é sagrado para os Ecos Falsos, nem o sagrado. Muito menos o que é mais sagrado para 99% dos roqueiros tupiniquins, a eterna pose de rockstars: contando piadas horrÃveis e trombando-se uns aos outros em seus shows, nunca deixam esquecer que rock, no paÃs do forró universitário, é pura quixotice. Tom Zé, admirador desses heréticos desde 2004, canta na primeira faixa do disco: “Ó minha musa, isso não se faz, isso não se usa / Você sabe que um artista não se dá bem com a recusa†(“A Revolta da Musaâ€).
Eles também falam de amor, claro, mas em várias alternativas ao surrado “te perdiâ€, “cadê vocêâ€, “volta pra mim†e quejandos. A primeira “romântica†do disco já é um chute na cara: “Meu amor / Eu preciso te dizer uma coisa / Eu só sou sentimental quando eu me fodoâ€, diz “Sobre Ser Sentimentalâ€. Mas eles não são (só) uns brutos: abrem o coração agorafóbico em “Réveillon†(cujo clipe, feito por eles mesmos, foi finalista do VMB 2006), na balada curativa “Nada Não†e no meigo flerte/discussão/admissão da necessidade de aturar o outro que é “Dois a Zeroâ€, cantado em dueto com Fernanda Takai, do Pato Fu. Sérgio Serra, guitarrista do Ultraje a Rigor e ex-Legião Urbana, põe tudo de volta nos trilhos do caos em “Isso Me Cansaâ€, e tudo termina na inacreditável “Bolero Matadorâ€. Por que um bolero? Porque sim, oras!
Integrantes de uma nova geração do rock autoral brasileiro (que inclui também Rock Rocket, Vanguart, Violins, Zefirina Bomba, Charme Chulo, Ludovic, Móveis Coloniais de Acaju, Superguidis e várias outras com quem dividem palcos), os Ecos Falsos já têm uma impressionante lista de cidades visitadas e fãs em todas as regiões brasileiras: Manaus, Porto Velho, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, BrasÃlia, Porto Alegre, Ilhota, Florianópolis, Curitiba, Uberlândia, Natal, Recife, Garanhuns, Maceió e outros extremos, além de São Paulo e interior, Rio de Janeiro, Belo Horizonte. Tudo isso antes do primeiro disco ter sido lançado. Se continuar nesse ritmo, daqui pra frente vai ser difÃcil não ouvir falar deles.
(Paulo Terron, jornalista)
www.ecosfalsos.com.br
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