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hugo antunes

Lisbon, Portugal

About Me

Born on the 5th of June 1974, Hugo Antunes initiated his musical and double bass studies at “ Luís Villas Boas” (Hot Club) Jazz School in Lisbon, from 2000 until 2002. In the same year attends a workshop taking place in Valencia, Spain, with Mário Rossy . During the Estoril Jazz Festival in 2003, attends a workshop with Rufus Reid. Later in 2004, during the Coimbra Jazz festival, he’s invited to participate in a 3 days clinic in a Jazz Orchestra conducted and oriented by the New York double bass player Adam Lane, which ended with a live performance in the Festival. In 2005 he’s admitted in the Amsterdam’s Conservatorium of Music, for Jazz studies, taking classes with Franz Van der Hooven . In 2006 he attends a Berklee summer workshop, in Perugia, Italy, oriented by Dave Clark. In 2005 he records “Fresco” for Tone of a Pitch with Vasco Agostinho’s Quartet and in 2007 he records live at Hot Club Portugal the album of pianist Ana Paula Sousa in Quartet. Currently plays in Jazz Festivals and Jazz Clubs with his band “ This Side Up” and, as a sideman, plays in mainstream projects as well as free jazz and improvisation music bands, such as: Joana Machado “ Crude”; Joana Rio’s Quartet; Imikolectif ; Ana Paula Sousa Quartet; Sonic Motion Trio with Jorge Reis and Marco Franco; Fundbureau and others. Also played with: Alexandra Samsonova Trio and Quartet with Jesus Santandreu ; Carlo Magni Trio; Benny Lackner Trio; Carlos Carli Trio with German Kucich ; harmonics player Olivier Ker Orio ; Belgian trombone player Phil Abraham; Spanish pianist Albert Bover ; British saxophone player Christian Brewer; English trumpet player Quentin Collins; French trombone player Michel Joussin .

He also teaches double bass at Escola das Artes de Sines , and others, in Portugal.

Blindfold test a Hugo Antunes in Revista “jazz.pt” (n.º 15)

“É um nome a fixar no novo jazz tocado por portugueses. A forma veemente com que se entrega ao contrabaixo encontra correspondência na sua capacidade de propulsionar a música. Dotado de um ouvido tão informado quanto intuitivo, percorreu connosco parte do abecedário dos grandes nomes do contrabaixo."

Texto e fotografia Abdul Moimême

Ben Allison: “Riding the Nuclear Tiger”; “Riding the Nuclear Tiger”Ben Allison (contrabaixo); Michael Blake (saxofones); Ted Nash (saxofones e clarinete baixo); Ron Horton (trompete, fliscórnio); Frank Kimbrough (teclados); Thomas Ulrich (violoncello), Jeff Ballard (bateria) Palmetto, 2001 [Logo na terceira nota da introdução]

Já está! Se há contrabaixista que eu admiro pela sua frescura, não apenas a tocar o seu instrumento mas, acima de tudo, em termos de composição, é Ben Allison. É um dos contrabaixistas que mais me marcaram a seguir a Paul Chambers. A cor da sua música, a forma como ele idealiza as composições,usando os instrumentos do grupo como um todo, são as razões pelas quais eu meapaixonei por este contrabaixista. Tem uma articulação norte-americana, à negro, em que eu sinto a tradição, e é um baixista de “groove”. Tem um som muito aberto e dá muita liberdade aos músicos. Este é um dos discos da minha vida!

Sonny Rollins: “Way Out West”; “I’m an Old Cow Hand” Sonny Rollins (saxofone tenor), Ray Brown (contrabaixo), Shelly Mane (bateria) Contemporary, 1957

[Logo no início do solo de Rollins] O disco parece-me antigo. Este contrabaixista podia ser Ray Brown. É o som típico daquela altura, mas tenho de ouvir melhor. Toca bem cá à frente como o Ray tocava, com aquele “drive” próprio de um músico negro. Na bateria podia ser Philly Joe Jones. Os dois tocam descolados no tempo, mas é precisamente isso que puxa a música para a frente. É essa plasticidade que faz com que isto ande desta forma. O saxofonista podia ser Sonny Rollins. [No solo de RayBrown] Isto é decididamente Ray Brown. [Depois de saber] Para mim há vários momentos na história do contrabaixo. A primeira grande mudança começa com ele. Tem o “drive” das “big bands”, com muita energia a empurrar. É uma locomotiva! Mas depois traz a emancipação do contrabaixo como instrumento solista, elevado ao extremo. O que acontece um pouco mais à frente com Paul Chambers, mas este é mais “old school”, porque traz as cordas de tripa novamente para o contrabaixo. Quando ouço Christian McBride, encontro Ray Brown. Aliás, ele próprio o admite. Não conheço este disco, mas vou ter de o adquirir.

Miles Davis: “Nefertiti”; “Pinocchio” Miles Davis (trompete); Wayne Shorter (saxofone tenor); Herbie Hancock (piano); RonCarter (contrabaixo); Tony Williams [bateria] CBS, 1967

[Logo nas primeiras notas] Isto é anos 80 ou 90? Já ouvi este disco! Reconheço o baterista. Bom “drive”. O som do trompete! É Dave Douglas a soar à Miles? (Grita)Isto é Tony Williams! Se é o Tony, o trompete é Miles Davis. Para mim, o que define Ron Carter não é isto, são as baladas. É o Shorter a tocar tenor? Vou confessar porque é que falei no Douglas: ofereceram-me o seu último disco e ele toca à maneira de Miles. O Tony é incrível. Para o bem e para o mal, nunca mais se tocou assim. O que mais caracteriza o Ron é a distância perfeita que cria entre cada nota, com esse espaço integralmente preenchido pela nota anterior. Desde que ele ataca a nota até ao “decay” da mesma e ao entrar da próxima nota, tudo é perfeito. Eu sei, por intermédio de amigos, e pelas aulas que ele dá, que ele trabalha muito isso. Cultiva a nota por si. Há relativamente pouco tempo, Larry Grenadier pediu-lhe que lhe desse umas aulas. Só demonstra a grandiosidade dos dois.

Joe Farrell: “Moon Germs”, “Bass Folk Song” Joe Farrell (saxofones e flauta), Herbie Hancock (piano eléctrico), Stanley Clarke(contrabaixo), Jack DeJohnette [bateria] CTI / Columbia, 1972

[Logo no início] Nunca ouvi isto. Soa a baixo eléctrico. Até a própria abordagem do instrumento. Não o conheço, mas as primeiras notas soam à ideia que faço de Stanley Clarke, mas não sei quem é. Estes pratos fininhos do baterista, estilo “flat ride”, não faço ideia também de quem sejam. O disco podia ser de Chick Corea. O contrabaixo é muito eléctrico e datado, está sempre nos registos médios, quase nasalados. Isto é anos 70? Sente-se a Motown lá atrás. Aqueles Mini-Moogs que o pessoal usa agora vêm aqui buscar o som “vintage”. Grande “groove”! Só pode ser um baixo eléctrico. Na época era mais utilizado do que o contrabaixo. Em meados da década de 70 o contrabaixo fica conotado como um instrumento tradicional. Podia ser Ron Carter, pois ele chegou a tocar assim. É uma época que eu não ouço. Isto era em “tela branca”, onde há um “groove” e depois trabalha-se como um pintor a fazer um quadro musical. Não me importava de tocar como ele. [No solo de contrabaixo] Eddie Gomez? Deixa-me ver se ele usa os três dedos... Grande virtuoso! Mantenho o primeiro nome que avancei. [Depois de saber] O que ouço em sonhos de Stanley Clarke é isto mesmo. Faz sentido que ele toque assim.

Mark Dresser: “Unveil”, “Lomus” Mark Dresser (contrabaixo) Clean Feed, 2005

[Logo no início do solo] É aquele contrabaixista que usa “pick-ups” ao longo do braço do instrumento! Tal como Ben Allison, é um músico que procura espelhar a sua própria alma através da música. Esta procura leva-os para além dos limites que eu reconhecia no contrabaixo. Quando descobri Mark Dresser levou-me para sítios no instrumento que eu ignorava. E não só pela tecnologia, pela forma como ele distribui os “pick-ups”, ora dentro do ponto do contrabaixo, ora no tampo. Isso faz com que possa tocar com intensidade igual em ambas as mãos, seja em pizzicato ou “pull off” com a mão esquerda. É assim que ele produz todo o som que o caracteriza. É um daqueles contrabaixistas com que eu verdadeiramente me identifico. Faz a ponte da comunicação com o seu instrumento. Acho isso incrível. Lembra-me Mário Viegas quando este dizia, «aqui, tudo é permitido». Não há fronteiras.

John Coltrane: “A Love Supreme”; “Resolution”John Coltrane (saxofone tenor); McCoy Tyner (piano); Jimmy Garrison (contrabaixo);Elvin Jones (bateria) Impulse, 1964

[Logo nas primeiras notas do solo de introdução com contrabaixo] Sujo! Cordas de metal. A técnica é um tanto ou quanto “sloppy”, e isso somado ao som leva-me a pensar em Jimmy Garrison. Para mim, ele é um contrabaixista de viagem. Leva-me a locais da alma muito profundos. Trabalha com “ostinatos” e usa a corda ré solta. Este é o quarteto de John Coltrane, que aproveitou muito bem essas características de Jimmy Garrison. É de reparar que Coltrane o deixa à solta quando ele sola, dando-lhe o espaço necessário para solar sem tempo, dentro do tempo. Aliás, não acredito nas noções de tempo e de espaço. Conceptualmente, acho que o tempo na música não existe, apesar de existir! O quarteto aqui toca a tempo, mas no seu tempo! O Jimmy tinha um “time feeling” muito pessoal, muito forte, como aliás Elvin Jones. Daí a magia desta espiritualidade. Eram músicos totalmente espirituais. Não estou a falar de espirituais negros. A música para mim não é nem branca nem negra. Digo espiritual no sentido em que a procura nunca é técnica. Nunca. Esta foi a primeira nave espacial que eu conheci!

Miles Davis: “Bag’s Groove”; “Bag’s Groove” Miles Davis (trompete); Milt Jackson (vibrafone); Thelonius Monk (piano); Percy Heath(contrabaixo); Kenny Clarke (bateria)Prestige, 1954

[Logo na melodia] O contrabaixo responde à melodia. É um blues, pelo que terá deaparecer um solo de contrabaixo. [No solo do Miles] Uh, bonito! Aquele “drop” do contrabaixista faz parte da linguagem. Sou péssimo com trompetistas. [No solo deJackson] Isto é claramente aquela época em que a secção rítmica era pouco interventiva; funcionava mais como bloco, um tapete para o solista. O solo do trompetista poderia ser de qualquer músico de hoje; um trompetista que tenha estudado a tradição! O contrabaixo está à frente da gravação, por cima de tudo. Toca com um dedo, mas eu gosto disso! [No solo de Monk] O pianista mantém o motivo, usa poucas notas e só com uma mão, é arrojado... Só me lembro de um que fazia isto,mas não é ele de certeza, e que era Duke Ellington. Ah! Eu gosto disto, do espaço! Não tem pressa de chegar ao que ainda não “ouviu”. O que ele não ouve, não toca: gosto disso! Deixa respirar a música e ouvir as notas. Gosto de pianistas que fazem isso, com contenção. Respondeu ao contrabaixista, motivos, espaço, uuuuh!. O Monk era gajo para tocar assim, com “clusters”. É! Isto é o Monk, um grande. O contrabaixista não faço ideia. [Depois de saber] Era o Miles, mas não parecia. Isto é incrível. Há hoje um pianista que me deslumbra assim e que é Ethan Iverson, um dos grandes pintores da música dos nossos dias.

Sam Rivers: “Contrasts”; “Dazzle” Sam Rivers (saxofone tenor); George Lewis (trombone); Dave Holland (contrabaixo);Thurman Barker [bateria] ECM, 1980

Isto é a queimar! Uuuh! [No solo de Rivers em “up tempo” rapidíssimo] Quem é que anda aí com este tempo? Grande contrabaixo! O contraponto do trombone, o tempo a correr todo. [Rivers entra em modo “freeform”] Bom! Improvisação colectiva, mas sente-se o tempo a correr. [Nas primeiras notas do solo de Holland] Uuh! Isto deve ser Dave Holland! Técnica de três dedos. Sim, o pulso está lá sempre. Grande liberdade de solo. Incrível, um tempo impressionante! Aquele “walking”, curto e rápido... nunca ouvi isto. É incrível! Quem é este trombonista? Não faço ideia. Faz-me lembrar a sonoridade de Steve Coleman. A bateria cria uma alta rítmica com o contrabaixo. [Nosolo de Barker] Eu diria que o som da bateria é de finais dos anos 80 aos 90, devido à tarola com aquele “reverb”. Lembro-me de um baterista que era assim, mas não se trata dele: Marvin “Smitty” Smith. Sim, falam o mesmo, o baterista e o contrabaixo, mas dizem coisas diferentes. Não conheço isto, não sei o que estou a ouvir, mas gosto muito. Gosto mesmo muito da forma como o baterista usa as texturas, acompanha com os pratos e depois vai para a caixa. De repente, vai só para as peles. Gosto destes contrastes. Rendo-me, não faço ideia. [Depois de saber] Dave Holland, então?É um grande disco! Pois, não conheço Thurman Barker; é um grande cromo. O Holland está a tocar de forma muito diferente, hoje em dia. Acho isso incrível nele: é um camaleão. Aliás, este camaleão nunca parou de crescer: revolucionou a música e o contrabaixo.

Charles Mingus: “The Black Saint and the Sinner Lady”; “Mode D - Trio and Group Dancer” Charles Mingus (contrabaixo); Jerome Richardson, Dick Hafer (saxofones e flautas); Charlie Mariano (saxofone alto); Rolf Ericson, Richard Williams (trompetes); Quentin Jackson (trombone); Don Butterfield (tuba); Jaki Byard (piano); Jay Berliner (guitarra);Dannie Richmond [bateria] Impulse, 1963

[Logo no primeiro acorde da orquestra] Uuh! [No acorde seguinte] Mingus! Oh, meu amigo, aqueles sopros, aquele som, aquela articulação, disseram-no logo. Além de ser um dos maiores contrabaixistas da história do jazz, e além de ser o rebelde que sempre foi, musicalmente o Mingus foi também muito arrojado. Charles Mingus nunca foi especificamente um contrabaixista a solar, mas um instrumentista. Ou seja, solava como se em vez de um instrumento de cordas tivesse um instrumento de sopro. É isso que, no meu entender, define o Mingus. Não quero dizer mais nada, a obra fala por si!

Greg Osby: “Inner Circle”; “Entruption” Greg Osby (saxofone alto); Jason Moran (piano); Stefon Harris (vibrafone); Tarus Mateen (contrabaixo); Eric Harland [bateria] Blue Note, 2002

[Logo nas primeiras notas] Demos um salto no tempo. Ui! Nunca tinha ouvido isto. Gosto da melodia em contraponto ao ritmo; quando há melodia, há silêncio da secção rítmica. Que ideia brilhante! Uuh! A forma mantém-se para o solo de piano. Sim, mas isto é negro, atenção! Gosto, adoro isto! Adoro o som do piano. Puro! Jason Moran. Veio cá há pouco tempo com o trio dele e também a acompanhar Charles Lloyd. O contrabaixo parece-me o som de Ruben Rogers, um som grande e muito acústico. Podia ser Nasheet Waits na bateria. [Depois de saber] É mesmo o Moran, estás agozar? Incrível, este gajo. Com Greg Osby… é o Tarus e o Harland? Pois, é o Tarus a tocar contrabaixo. Ele era o contrabaixista da Betty Carter. Tem um “drive” pesado.

Weather Report: “Heavy Weather”; “ Teen Town” Joe Zawinul (teclados, voz, melódica, guitarra, tabla); Wayne Shorter (saxofones); Jaco Pastorius (baixo eléctrico, mandocelo, voz, bateria, tambor de metal); Alex Acuña(percussão); Manolo Badrena (percussão, voz)Columbia, 1977

Não conheço isto. [No terceiro compasso do solo de Pastorius] Isto é o Pastorius! São os Weather Report? Anos e anos e anos de articulação naqueles dedos, a serem praticados. Desde então, toda a gente que quer tocar baixo eléctrico vem aqui beber. É como se fosse o Metheny do baixo. Muitos baixistas começaram só por ouvir o Pastorius. Nunca mais o baixo eléctrico foi o mesmo. Tocou muito Parker!

Wayne Shorter: “ Ju Ju”, “Ju Ju ” Wayne Shorter (saxofone tenor); McCoy Tyner (piano); Reggie Workman (contrabaixo); Elvin Jones [bateria] Blue Note, 1964

[Logo nos primeiros compassos do tema] Isto é Elvin Jones, mas não com o Coltrane.É o Shorter no saxofone! E o McCoy. Este contrabaixista deve ser despedido de muitas bandas por ser acusado de tocar demais. [Depois de saber] Pois, é Reggie Workman. Um contrabaixo muito livre que fica muito bem neste contexto.”

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Music:

Member Since: 4/24/2007
Band Members: "Valsa para a Terri" and "Sem uma Palavra" music by: Ana Paula Sousa - Band: João Guimarães(alto-sax);Ana Paula Sousa(piano);Afonso Pais(Guitar);Hugo Antunes(DBass);Luis Candeias(Drums). "Pincha" and "Patio das Osgas" music by Vasco Agostinho - Band: Jorge Reis(alto-sax);Vasco Agostinho(guitar);Hugo Antunes(dBass);Bruno Pedroso(drums); "In Your own Sweet Way" Rodrigo Gonçalves(fender-rhodes);Vasco Agostinho(guitar);Hugo Antunes(dbass);Alexandre Frazão(drums)
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