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Auto-Biografia
- Retirado do site Propagandhi.com
Tradução por Erica CDM
Era uma noite escura e chuvosa em uma manhã ensolarada no maravilhoso
centro de Portage La Prairie, Manitoba, no início dos anos 80. Eu (Chris)
e Jord estávamos jogando "tier-4 bantam hockey"
juntos. Nós perdemos todos os malditos jogos que jogamos, mas construímos
muito caráter no processo. Tanto caráter que, no fim das contas,
não tínhamos muitos amigos e fomos forçados a fazer companhia
um ao outro.
Todo dia Jord fazia alguma coisa hilária para ser expulso
da classe de Ciências do Professor Wall, então, eu podia ver que
ele usava uma camiseta do "Coney Hatch". Eu perguntei se ele queria
montar uma banda, ele disse "OK".
Alguns anos depois, nós dois mudamos para Winnipeg e colocamos um anúncio
na "Records on Wheels" que dizia: "Banda de Trash Progressivo
procura baixista" (nós não nos considerávamos punk,
hardcore ou metal... éramos "trash progressivo"...). Nossa
única ligação veio de um cara que atendia por Hopper.
Scott Hopper pra ser mais preciso. Eu fui até sua casa
e toquei a campainha. Ele atendeu a porta apenas de cueca, com uma cerveja em
uma mão e cigarro na outra. Eu me assustei. Nós conversamos por
5 minutos e Hopper anunciou uma parada para fumar, que foi logo seguida por
uma parada para beber. Aí outra parada para fumar. Ai ele sugeriu que
nós comprassemos mais cerveja antes que a loja fechasse. De qualquer
maneira, em resumo, Hopper saiu da banda para se unir ao lendário grupo
local de grindcore, Crawl, mas em prova de sua ternura pelo
Propagandhi, tratou de me transformar em um belo alcólatra.
Cheers, Fenwich!
Então nós recebemos um telefonema de um rapaz chamado "Fedido"
Mike Braumeister que gostaria de tocar baixo. Mike
usava uma jaqueta de couro sem nada pro baixo em pleno verão, daí
seu apelido. Nós tivemos nossos primeiros shows com o Mike,
incluindo o com o Fugazi em 1991 que foi definitivamente um
dos maiores shows de nossa carreira. O mais importante, talvez, Mike
nos levou a festas e apresentou pessoas, o que eu inicialmente pensei ser nossa
passagem para "Terra das Moças", mas Jord
sempre conseguia estragar tudo, escorregando na escada quando entrávamos
no local, e, infelizmente, nós sempre acabavámos voltando para "Terra
das Salsichas".
Mike finalmente, cansado da nossa maneira antiquada se rendeu
à epidemia "Eu-Estou-Me-Mudando-Para-Vancouver", que contaminou
a cena punk de Winnipeg no início dos anos 90. Nós lhe demos um
triste e fedido adeus na rodoviária e começamos a busca por um
outro baixista que poderia preencher os buracos que ele deixou. Apareceu o igualmente
"cheiroso" John Samson. Na mesma época nossos
amigos "Riel Brothers" estavam organizando um show no Royal Albert
Arms Hotel para uma banda da Califórnia chamada NOFX.
Nós mostramos as músicas para o John e tocamos
no show.
Fat
Mike nos abordou depois do show e nos pediu uma demo. Nós o
demos a nossa segunda demo, chamada "Fuck the Scene"
(ele ainda nos deve $1.68 por ela). Ele disse que gostaria de investir em alguma
coisa nossa, mas todo seu dinheiro estava preso em um 7" de uma banda chamada
Lagwagon. Eu pensei "Que porcaria de barganha, isso nunca
vai à lugar algum". De qualquer modo, ele continuou telefonando
por um ano e eu finalmente perdi no "joken-po" e tive que ligar de
volta pra ele. Ele disse "ei, venham para L.A e eu vou pagar 6 dias no
West Beach Studios com Donnel Cameron".
A gente pensou "que"?? ta bom", rindo e etc. Entramos no avião,
vimos Gretzky no aeroporto e finalmente gravamos o que veio
a ser "How To Clean Everything".
Então Mike nos convidou para um tour na Europa com o
NOFX. A gente pensou "que? ok. que beleza hein?".
Nos 3 anos seguintes, nos andamos no "underground" da explosão
punk rock. Quando a poeira baixou e nós estávamos gravando "Less
Talk More Rock", estava ficando evidente que, Jordy
e eu, os "metaleiros do campo", éramos completamente diferentes
do pequeno John-John, o poeta urbano. Ele não parecia
gostar de ser atacado por nazi-skinheads ou de dormir em camas imundas nos cortiços
italianos infestados de piolhos. Vai entender.
Logo depois que gravamos "Less Talk More Rock",
nos cumprimentamos e concordamos com a saída de John
e, como todos os revolucionários anti-capitalistas, começamos
a discutir sobre dinheiro. Finalmente, acertamos nossas diferenças e
ajudamos o John com o seu famoso paraquedas dourado, o qual
ele aparentemente vendeu por $80,000 e comprou manteiga de amendoim e pão
feito de ouro. Bizarro! De qualquer maneira, nós começamos a nossa
busca pelo Escolhido, o qual o "Oracle" profetizou que iria nos ajudar
a completar a missão de sujar o mundo com a submissão de nossa
mensagem humana e radical!
Eu
estava analizando o poster "Banda de Trash Progressivo procura baixista"
dos arquivos quando eu o vi. Kowalski. Todd Kowalski
para ser exato. "The Rod" como ele era conhecido em Regina. Tinha
algo nele. Eu de repente senti um calor como jamais havia sentido antes. Ele
estava mijando no meu braço. Isso, junto com o fato dele não ter
um baixo ou um amplificador, e, para ser bem sincero, nunca ter tocado baixo
antes colocou um ponto final: ele tinha de ser o nosso quarto e último
integrante. Nós resumimos nosso ataque global. Canadá, Austrália,
Japão e Hawaii foram como dominós no fim de 1996 e início
de 1997 (Thunder Bay, por um incidente, resistiu a nós. Não na
próxima vez!).
Então eu e Jord (com ajuda de nosso amigo Regal)
passamos 1997 e 1998 trabalhando no nosso próprio selo, G7 Welcoming
Committee Records. No começo de 1999, colocamos G7
em relativo controle e voltamos para o Propagandhi. Conseguimos
um lugar permanente (permanente no sentido de ser apenas temporário)
no porão do Jord e passamos o ano de 1999 redescobrindo
nossas raízes, recapturando o espírito que a muito tempo atrás
por algum motivo nos fez começar essa banda idiota, e compondo o "Today's
Empires"... E aqui estamos hoje, onde parece ser apenas o
final do primeiro capítulo de uma história longa e sórdida...
Deus ajude todos vocês.