Broto Verbo é a nova aventura musical de Carlos Matos, um ex-membro dos
Ode FilÃpica (1989-1994) - uma das primeiras bandas industriais portuguesas. Trabalhando em vários projectos de Ãndole alternativa, como
Plebe Sindicatum, C&C Corporation, ClÃnica do Medo, The Sixth Sense Disease, Circo Errechis Céptico ou
Plaztik Leiria Bomberz e editando/publicando sob o nome de
Berço Estandarte (a sua identidade oculta durante anos), Carlos Matos faz agora a sua maior aproximação ao formato canção desde que começou a compor música em 1987!
O projecto
Broto Verbo pretende juntar e equilibrar o espÃrito musical do punk/goth/electro/indie com a riqueza e poética abundância lexical da lÃngua portuguesa...
Escuta e usufrui sem preconceitos!
Broto Verbo is the new musical adventure of Carlos Matos, an ex-member of
Ode FilÃpica (1989-1994) - one of the portuguese industrial music band pioneers. Working in several both musical and performative total underground acts like
Plebe Sindicatum, C&C Corporation, ClÃnica do Medo, The Sixth Sense Disease, Circo Errechis Céptico or
Plaztik Leiria Bomberz and releasing/publishing under the name of
Berço Estandarte (his occult id for years...), Carlos Matos is now making his most "songwriting" approach, since he began doing music back in 1987!
Broto Verbo (native expression for "Sprout Word") aim to join the post punk/goth/electro/indie musical balance and spirit with the poetic lyricism of the portuguese powerful lexicon abundance and richeness... Disconnect to Construct! Come and Taste!“Da minha alcova em brasa eu me remeto
à descoberta do mÃstico oculto.
E se na sombra essa luz eu encontro,
é porque na luz não passo de um vulgo.â€
BROTO VERBO
Alcova em brasa
“Fico-me por aqui nesta vida, ou adianto-me fatal à morte que espera,
e que me cinge forte, buscando um novo fundamento?
Acredito numa panaceia que venha após óbito, e que me redima
dos pecados cometidos que me apoquentam e não me saem do pensamento?
Não meu amor, eu não me vou embora.
Dorme no meu ombro que te aconchega.
Vamos adiar ao máximo a hora,
e pensar que a cisão nunca chega.
Amo este ódio que me impede de amar…
Odeio este amor que me impede de odiar…â€
BROTO VERBO
Amoródio“Eu dava a vida por um só minuto de prazer,
tão poderoso e divinal que fizesse doer!
Sessenta segundos de uma tão grande intensidade,
Que nem a morte ofuscaria tanta felicidade…â€
BROTO VERBO
Anjo“Sou o veneno que fede nos calabouços da humanidade.
Sou um pedaço de carne sem qualquer idoneidade.
Sou a mentira que ilude.
Sou um canalha pantanoso.
Eu sou dia e sou a noite,
sou o sol e a tempestade…
Sou um cão que morde nas costas do seu dono.
Sou um dejecto humano que merece o abandono…â€
BROTO VERBO
Auto-retrato“Dança…
Mergulha no teu horizonte.
Leva a bom porto o teu barco.
Sacia a vida noutra fonte.
E o desejo,
que em nós se vislumbra à distancia,
revela-se no pico da paixão,
como a inocência na infância…â€
BROTO VERBO
Busca sem fim“Na janela dos meus olhos as cortinas não se fecham.
Na preguiça do meu sono há insónia em rebuliço.
E no cansaço que me açoita de memórias que magoam,
vence a raiva que em mim mora e me aprisiona num feitiço.â€
BROTO VERBO
Carta de apreço“Enquanto as lágrimas lascavam a pele,
teus olhos negros reflectiam a cor.
Meu corpo em sangue já não sabe a mel,
na tua lÃngua meu alÃvio de dor…
Lambe, lambe estes cortes sangrentos.
Lambe, não deixes cair no chão!
Lambe, pingos de mim são tormentos.
Lambe, rio que flúi do carvão…â€
BROTO VERBO
Crónica de um suicÃdio anunciado“No aconchego de uma cama,
mordo a flanela que me agacha.
E na almofada confidente
encerro a vida numa caixa…â€
BROTO VERBO
Crude espesso“Há um deserto imenso aqui plantado no meu peito,
cuja areia me queima e me penetra fundo nos poros,
solidificando o ar que se aprisiona dentro do meu corpo,
rasgando-me a pele como se fosse um gancho…
Este deserto… Este deserto é o labirinto onde me perco!â€
BROTO VERBO
Deserto“Eu quero saber,
por entre grainhas de amor,
o elixir da verdade,
concentrado em pleunasmos de ilusão…â€
BROTO VERBO
Em teu sonho acordado
(versão de um original de Ode FilÃpica)“Eu não, não…
Eu não aguento.
Esta teia é tão apertada…
Eu não, não…
Eu não aguento.
Esta teia é um colete-de-forças,
que nos impede que nos abracemos.
Maldita teia!
Maldita teia!â€
BROTO VERBO
Maldita teia“E nesta Europa de FamÃlias Reais,
com privilégios e direito inatos,
hasteia-se a bandeira da democracia,
como se fossemos todos mentecaptos…
O inimigo do meu inimigo
é certamente um potencial meu amigo!â€
BROTO VERBO
Nefasto sistema“Sinto gemidos a arfar dentro de mim,
como se fossem mil olhos que me vêm por dentro.
Em cada instante que passa me lembro de ti.
A tua alma ancorou bem fundo onde me encontro…â€
BROTO VERBO
Prece“Quem odeia jaz em riste
no escuro breu de uma campa.
De que matéria é feita a urna,
que enterra fundo os meus restos?â€
BROTO VERBO
Quem odeia jaz em riste“Não há esponja que absorva os esgotos que em mim flúem!
Tão turvo é o meu sangue, venenoso o seu aroma…
Só porquês nesta gestão, sinto revolta ao apelar…
Pinto negro em tela branca o rumo que quero levar.â€
BROTO VERBO
Rumo“RÃmel e batom vermelho, enfeitam bem o disfarce.
Lantejoulas e plumas conferem-lhe o toque de classe.
Ãureos os anos que foram de pioneirismo e excessos
Travesti robusto e dotado, rameira de ambos os sexos.â€
BROTO VERBO
Ser de quem pagar mais“O acre sabor do vinil que a pele açambarca,
confisca-lhe a boca lasciva num beijo devasso...
No toque macio da borracha que o excita,
despreza o embate do chicote que o espanca…â€
BROTO VERBO
Uma cena de amor“Regurgita, regurgita!
Esse teu bolo acumulado e indigesto
que leveda no bafo das tuas entranhas
onde os gazes infectos se atrofiam…â€
BROTO VERBO
Visceral“Que argumento decente move esta alma felina,
que se aparta com fúria do meu peito despido?
Será dor o que sinto na chaga aberta e profunda?
Ziguezague bicho imundo que o meu dorso fecunda.â€
BROTO VERBO
ZiguezagueBROTO VERBO
Penumbra“Feitiço que em mim te puseste
e me conduzes ao desespero…
Aparta-me da deriva
que no eixo eu me quero,
e veste-me a alma de luz
que do escuro eu tenho medo!
Tremem-me as mãos qual gelatina
nas incertezas do meu destino…
Gélido o vento que me sopra
no compasso da longa espera…
Qual de mim não sou eu
que no espelho se vislumbra?
Lancem-me o anzol que a dor não me importa
se para sair for desta penumbra…"