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Maia

Os Maios Algarvios

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My Interests



I'm a "Maia" "woman-doll" from Algarve, Portugal.
We and portuguese people celebrate "Maios"("dolls", "maios" and "maias"-male and female) on May 1st of every ear. We, maios, take people by surprise where they dont expect us...lying, "walking",.. on the road, standing in the front of the houses, etc...doing things that people do everyday, or doing surprising tings like standing on a roof. We surprise them because they think we are real people. It is a very old tradition, with centuries...
"Maios" where forbiden during Church Inquisition or transformed into another kind of celebrations that must not involve human forms...but they have always stayed here or there in Portugal and Spain...
People who create us (dolls) are, normally, old women that do it with the help from their grandsons. Old women know better the tradition, they do it since they where cildren and learned it from their grandparents...
We, "Maios" are slowly vanishing...becoming diferent...because of tourism and the way our country deals wiht it...
But we are still here!!!
Some of us are trying to be diferent but in a better way, in a way that still makes sense...in a way that still takes people by surprise (which is the most important thing...), in the morning of the 1st day of May. Surprise... without scaring people...

One thing is important (people say): maintain secret about the particular way each one does it, maintain secret about where each one (maios creator) is going to put it, and about what the "maio" (male) or “maia”(female) will be "doing"...(and sometimes "saying")

Secret (people say) has always been very important: "we dont say nothing about maios because it has to be a secret to surprise the other people, it would not be funny..."

O MAIO...

...via-se aqui um e além para longe é que se via outro,
por isso a gente gritava como moça
– além está ali outro!...
por isso alegrávamo-nos de ver!...
não é como agora que é assim como se vê...
I.R.: eram postos de madrugada…?
Cerília Madeira: eram...e outras pessoas punham à porta:...
eu faço um boneco e punha à porta da vizinha,
a vizinha não sabia…, abria a porta
o boneco caía-lhe para dentro!....
também faziam isso,... surpresa...
E tem sido sempre surpresa !...
havia sempre segredo... e surpresa!...
em todo o tempo foi sempre surpresa.
M.J.:antes do Maio ninguém sabia?
Cerília Madeira: Não! ninguém sabia nada!...
alguém sabe alguma coisa aqui?!
..por isso que a D. Natalina lhe disse:
não vale a pena, não leve a mal…
porque a gente gosta de fazer surpresa,
é uma coisa que sabendo não tem graça...
as minhas vizinhas também não sabem...

Lenda dos Maios
do Sítio de Bias, Vila de Moncarapacho
Escrita por D.Maria Natalina Celorico
de Quelfes

Por o que os antigos contavam,
tenho conhecimento que neste sítio
havia um rapaz e uma rapariga
que se amavam muito,
mas os pais não concordavam.
Ao saberem que os pais saíam no dia 1º de Maio,
combinaram se encontrar na propriedade dele,
que precisava ser lavrada e,
ali perto, havia um poço, onde ela ia buscar água.
Para desculpa ele de manhã,
depois dos pais irem embora,
pôs o arado às costas, fingindo que ia lavrar,
ela levou a bilha para trazer água.
puseram-se a conversar de pé
ela de bilha na mão, ele com o arado às costas.
Quando viram chegar a noite ficaram muito aflitos
por o dia ser tão pequeno e disseram:

Dia de maio/Dia de aventura/
Ainda agora era manhã/Já é noite escura

Por isso, quando nós vemos alguém muito tempo parado,
dizemos:

-Anda daí! Pareces um Maio!

I'd like to meet:

Conversa com a D. Benvinda
D. Benvinda: Olha amigas,... eu já tenho 86 anos....já sabem eu a tabuada já esqueci toda...... o que eu fiquei na minha ideia foi a leitura, isso ainda li...... com respeito aos Maios, (vamos lá à conversa que eu gosto de acrescentar logo tudo.....) ....Com respeito aos Maios o que eu sei. foi que eu via já naquele tempo daí uns cinco ou seis anos, sete anos, oito anos quando eu já tinha também a minha coisa de ouvir, e aprender e contar ... ouvir a conversa que ouvia dos meus.......e então nessa altura, os Maios, (não sei como nasceram, eu agora leio aí nos livros... era a deusa Flora.......eu digo assim: olha eu não conheço esta gente..., eu não conheço ninguém daquela gente !... «risos»).
O que conheço é o que eu ouvia naquele tempo e via era os Maios do dia de Maio, no 1º de Maio, eram os bonecos (não bonecos alcatifados, nem bonecos estofados, nem abrilhantados) era um boneco feito d....um mono.....e as pessoas punham em cima do telhado.......ora e a gente andava : olha aquele nã tem um em cima do telhado ?! ....(eu era miúda)....: olha além tá outro em cima do telhado! , e além tá outro, e além tá outro !......, e aí eram os meus Maios que eu conheço....
M J: e esses Maios estavam enfeitados ?
D. Benvinda: ... enfeitados... eram uns monos que eram uns casacos velhos ....geralmente era sempre o bêbado. Era ...o bêbado...
M J: era o tema principal....era o bêbado !....
I: mas havia temas diferentes? ou ....não havia ?
D. Benvinda: pois...não...Não havia versos não havia nada....ná havia nada. Havia aqueles bêbados muito escravalhados, outros mais direitos, uns mais bonitos outros mais feios..havia também às vezes Maias... bonecas, também com...aquilo....com (que era o tempo da nêspera) com as nêsperas, o ramo das nêsperas....ou um ramo de flores, ou uma coisa assim !....era o que eu assistia nessa altura.
M J: mas...as caras não se pareciam com ninguém ?
D. Benvinda: as caras ? não eram uns bonecos !...era só uns bonecos tinha olhos e tinha isso...
M J: mas não eram a brincar com outra pessoa...?
D. Benvinda: não não não ...não era nada disso não...cada um saía o que saía !.....Agora, aqui, normalmente fazem-se bonecos e juntam-se e dizem assim: olha aquele parece a cara daquele ! e parece a cara deste...mas isto é ...uma ou outra pessoa que quer dizer uma ...crítica...agora....
M J: ....dantes também havia esse aspecto satírico...?
D. Benvinda: não, não havia nada disso...e em Olhão,....e eu lembro-me também .....no último dia de Abril com o primeiro de Maio havia a feira de Maio em Olhão, e eu ia já lá, já mulher...e via os Maios lá em cima das varandas em Olhão.....nas açoteias....
I: não havia nos campos ou caminhos...?
D. Benvinda: não ...quer dizer, nos campos, nos campos, por exemplo, suponhamos que eu que era já mais mulher...e fazia um boneco e via à porta de outra amiga de outra vizinha ...que estava ali ao lado.......quando elas de manhã se levantavam, abriam a porta ...e o boneco caia para cima delas!...: e aquela magana já me fez isto !..aquela magana! ...e depois há aquela coisa que a gente umas com as outras diz: olha lá!? ...tu já atacastes o Maio?! – olha eu ataquei logo de manhã!
M.J.: e o que é que era o atacar?
D.Benvinda.: o atacar do Maio? É o amor da cama !..........- então e tu quando é que atacas?- eu ataco ao meio dia!....é como a espiga, hoje não é o dia da espiga?...aqui usa-se muito...-então já atacaste a espiga?-não eu ataco ao meio dia, com a folga é que eu ataco a espiga...estes ditos assim que a gente arranjava uns com os outros...
É isso que eu conheço e é isso é que eu sei. Também me lembra, e também é verdade, a minha filha já…era uma miúda e o meu filho já tinha também 5 ou 6 anos ou mais…ou mais anos…tinham mais anos…que a minha mãe também fazia os bonecos e arranjava-os…(porque a gente morava aqui mais acima um bocadinho, no campo….. e aqui esta casa aqui o meu marido comprou esta fazenda…mais ou menos quando a gente casou…e armou oficina, que ele era ferreiro, serralheiro mecânico…..eu só vim para aqui para baixo para o rés da estrada 125, quando o meu filho casou…há quarenta e tal anos…. ) a minha mãe ( a gente tínhamos burros e burras)…. a minha mãe ia apanhar…. os cocós dos burros e com cal caiava, punha assim diante de uma bandeja, de um prato, ….(nessa altura a gente cada um já enfeitava os Maios já não era só os monos, isso depois passou de moda, já era para ser uma coisa mais fina…não fui só eu…já era uma coisa mais fina…) a fazer de bolos……….Mas no tempo que eu estou a contar nã havia cá versos nem reversos nem nada…nã havia nada disso, ….era só o boneco…Aqui, depois…. eu punha sempre uma garrafinha de aguardente e uns figos torrados e uns figos moles ali, vinha um e bebia, um bebia logozinha de manhã……
Daí para cá sempre tenho continuado a fazer, mas sempre cada vez se têm apurado mais……os tais bonecos, os tais monos foram passando de moda, lá aparece um ou outro que se lembra, ou faz um bêbado ou assim…. ou uma mesa de caracóis, ou uns já todos muito pendidos, enfim ….cada um põe da sua maneira e arranja de toda a maneira.…, minha amiga, é o que eu vos sei contar sobre isso…
M.J.: ….a sua mãe ou a sua avó não falavam disso?
D.Benvinda.:Os meus avós … mais ou menos falavam, que diziam que, (eu ouvi esta conversa): era um casal de namorados**….(.vai lá buscar que eu leio os versos..para elas…. ouvirem…)…………………………………………⠀¦...:

**Todos eles querem saber
Mas também não sei contar
Qual o sentido dos bonecos
Nesta primeira manhã de Maio

Quando eu era pequena
Já ouvia o meu avô dizer
Que era um par de namorados
Que se tinham encontrado nessa manhã muito cedo
Ela à fonte foi à água,
Ele ao campo ia lavrar,
Ele ficou de arado às costas,
Ela com a bilha a pingar
De amor estavam atacados... (como eu penso)
Como diz a tradição
Nem sentiram o dia passar
Com tanto amor no coração
Olham um para o outro e dizem com muita ternura:
Ó dia de Maio, de Maio ventura
Ainda agora era de manhã
E já é noite escura

( eu invento…! Eu não sei se eles faziam isto ou se eles diziam….ouvi esta conversa e fiz os versos! )

D.Benvinda: ….eu tenho Maios que eu invento…tenho muitos versos a respeito…… do Maio….e ideias……
Ó menina que eu vou dizer os versos que o meu marido…..:Ó Manuel Pedro a gente …..faz um Maio ….(ninguém sabia se se fazia versos se não se fazia versos)…e eu disse para ele assim: ……( com licença, que eu vou dizer….)……………..e então eu disse para o meu marido, …(ai vocês desculpem que eu tenho muito má língua) …ó Manuel Pedro eu ponho este verso!…e ele disse-me assim: não, isso é um bocado pesado!...,( risos) …..mas eu vou dizer os versos.... vocês desculpem….:

Não há Maio sem trovões
Nem burro sem colhões
Nem domingo sem missa
Nem padre sem picha

(risos) vocês desculpem….!.(risos)…… mas eu não pus então esse….

Maio, Maduro Maio (José Afonso)

Maio maduro Maio, quem te pintou?
Quem te quebrou o encanto, nunca te amou.
Raiava o sol já no Sul.
E uma falua vinha lá de Istambul.

Sempre depois da sesta chamando as flores.
Era o dia da festa Maio de amores.
Era o dia de cantar.
E uma falua andava ao longe a varar.

Maio com meu amigo quem dera já.
Sempre no mês do trigo se cantará.
Qu’importa a fúria do mar.
Que a voz não te esmoreça vamos lutar.

Numa rua comprida El-rei pastor.
Vende o soro da vida que mata a dor.
Anda ver, Maio nasceu.
Que a voz não te esmoreça a turba rompeu.

Books:

- "Os maios de Olhão e o Auto da Lusitânia de Gil Vicente"
- Auto da Lusitânia
...Entra o Maio...cantando:
Este é o Maio o Maio é este
Este é o Maio e florece
Este é o Maio das rosas
Este é Maio das fermosas
Este é Maio e florece
Este é Maio das flores
Este é Maio dos amores
Este é maio e florece.
Fala:
Mui muito m'espanto eu
de mundo tam albardeiro
que por eu ser prazenteiro
me tem todos por sandeu
e por sesudo janeiro.
Pois hei de tomar prazer
e nam hei de ser com'este
que o prazer crece o viver
e quem isto nam fezer
nam terá vida que preste.
Canta:
Este é o Maio o Maio é este
Este é o Maio e florece.
Fala:
Hei de cantar e folgar
e bailar c'os corações
e por me desenfadar
farei os asnos azurrar
e cantar os roussinóis.
E farei cantar as rãs
de noite e cantar os grilos
e as patas pelas menhãs
e alimpar as maçãs
e florecer os pampilos.
Nam me hajais por estrangeiro...
"Auto da Lusitânia"
Gil Vicente
- "Festividades Cíclicas de Portugal", Ernesto Veiga de Oliveira
"Na Ilha Terceira, nos Açores, econtrámos mais outro tipo de personificação do Maio:ele é, aí, um boneco de palha, que se põe nas janelas ou varandas...; e excepcionalmente encontramos na Beira Baixa, em Segura e no Rosmaninhal, também a mesma forma de personificação do Maio: um boneco de palha vestido com roupas velhas e enfeitado com giestas, que se coloca às janelas ou às portas das casas..."

Heroes:

Os Maios portugueses, do Algarve, dos Açores e os de Espanha...
Os "maios vivos", os velhos e já desaparecidos "maios moços" que corriam pelas terras e as já, também, desaparecidas "maias meninas" que ficavam paradas o dia inteiro nas esquinas e portas das casas e nos caminhos...