Myspace Layouts - Myspace Editor - Image Hosting
Desde a gravação de Enquanto a Trégua Não Vem, o álbum ao vivo que marcou a volta da Plebe Rude, em 2000, um disco de inéditas vinha sendo aguardado pelos fãs. Pois a espera acabou com R ao Contrário, o novo álbum, lançado pela Revista Outracoisa e que marca a estréia, em disco, da formação que vem tocando pelo Brasil desde 2004. Além de Philippe Seabra (vocal e guitarra) e André X (baixo), remanescentes da Plebe original, estão na banda Clemente (guitarra e vocal), também integrante do Inocentes, outra lenda do punk rock nacional, e o baterista Txotxa, ex-Maskavo Roots.R ao Contrário foi produzido pelo próprio Philippe Seabra, no Daybreak Studios, montado por ele em BrasÃlia, e traz 12 músicas com tudo o que a Plebe Rude tem de melhor: as melodias rebuscadas e inspiradas no pós-punk, a verve polÃtica que deu ao mundo “Proteçãoâ€, o hino da abertura polÃtica brasileira dos anos 80, e o clássico duelo vocal hoje complementado por Clemente. Ao mesmo tempo, apresenta uma banda madura e consciente do papel que representou em sua época e daquilo que ainda pode oferecer, em tempos de mensalão e outras mazelas que ainda persistem na polÃtica brasileira.A nova formação começou a se moldar em 2003, quando Philippe Seabra e Clemente se viram dividindo o mesmo palco num tributo à banda inglesa The Clash. Quase um ano mais tarde acontecia o primeiro show, no Circo Voador, no Rio. Para a bateria foi recrutado o potente Txotxa, que fez parte da formação clássica do Maskavo Roots, grupo de destaque no cenário brasiliense dos anos 90. Com o repertório pronto, composto majoritariamente por Philippe e André X, e o estúdio de Daybreak já todo concluÃdo, foi só iniciar a gravação das 12 músicas que estão em R ao Contrário.E que músicas. “O Que Se Fazâ€, o primeiro single, abre o disco com acordes grandiloqüentes que homenageiam o Big Country, grupo escocês contemporâneo da Plebe que teve o lÃder Stuart Adamson morto em 2001. Na introdução foram usadas até gaitas de foles. Outra faixa inquieta é “Mil Gatos no Telhadoâ€, cuja letra instiga o ouvinte a se indignar, de uma forma menos didática e mais inteligente. A faixa-tÃtulo, por sua vez, é quase uma incitação pública para que se “pense ao contrárioâ€, onde o rádio e a TV – e a mÃdia em geral - continuam na berlinda. Mas fica para o final a cereja do bolo, com a gravação da “inédita†“Vote em Brancoâ€. A música foi responsável pela detenção da banda no histórico show de Patos de Minas, em 1981, junto com o pessoal da Legião Urbana, que tocou “Música Urbana 2†e também foi em cana. O charme a mais foi dado pela interpretação de André X, que pela primeira vez gravou os vocais, e pela participação de Fê Lemos, do Capital/Aborto Elétrico, que usou a mesma bateria dos primeiros ensaios da Plebe.Uma das mais importantes bandas do afamado rock de BrasÃlia da década de 80 que revelou, entre outros, Legião Urbana, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso, a Plebe Rude foi certamente a que atingiu maior sucesso logo na estréia, com o EP “O Concreto Já Rachouâ€, do qual nada menos que seis das sete músicas se transformaram em hits nas FMs de todo o PaÃs. Puxado por “Até Quando Esperarâ€, o disco superou as 250 mil cópias, e é considerado uma das melhores estréias de uma banda nacional em todos os tempos.Marcos Bragatto
11 de setembro de 2006