Jota Moraes

Jota Moraes – ou simplesmente Jotinha para alguns – é paulista de Caçapava. Pianista, tecladista, compositor, vibrafonista e arranjador, iniciou sua carreira profissional aos 12 anos de idade, tocando vibrafone ao lado dos irmãos Aluísio e Paulo Pontes no conjunto “The Brother’s Quartet”, em Presidente Prudente. Durante os anos 60, atua em bares de São Paulo e, de 1970 a 1975, trabalha em conjuntos de baile no interior paulista, já fazendo a direção musical e os arranjos. Em 1973, a convite de Henrique Lobo, integra a equipe do Projeto Saci, que tinha por objetivo a alfabetização do Nordeste através do rádio e da televisão. Até o final do projeto, deixou mais de 600 composições gravadas, entre jingles, vinhetas e trilhas. Em 1976, vai para o Rio de Janeiro, onde passa a integrar o quarteto de Vítor Assis Brasil, tocando vibrafone e piano em concertos de jazz. Trabalha também em publicidade, fazendo jingles, entre eles, um que se transformou em grande sucesso na voz de Maria Bethânia e que foi regravado, recentemente, por Preta Gil: “Cheiro de Amor”. A partir de 1977, passa atuar como arranjador e instrumentista em gravações e shows de nomes famosos da MPB (Ivan Lins, Elizeth Cardoso, Simone, Caetano Veloso, Emílio Santiago, Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia, Marisa Monte, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Chico Buarque, Nana Caymmi, Djavan, Fagner, Miúcha, Joana, Rosana, Guilherme Arantes, Zizi Possi, entre outros, tendo acompanhado como arranjador, instrumentista, produtor e diretor musical, durante doze anos, o compositor e cantor Gonzaguinha), do Rock/Pop Nacional (Paralamas do Sucesso, Marina, Legião Urbana, Paula Toller, Marcelo D2, Raul Seixas, Ed Motta, Los Hermanos, Vanessa da Mata, George Israel), da Música Instrumental (Luís Bonfá, Cláudio Roditi, Pascoal Meirelles, José Roberto Bertrami, Lee Ritenour) e do samba/pagode (Alcione, Martinho da Vila, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz & Sombrinha, Neguinho da Beija-Flor, Negritude Júnior, Só Pra Contrariar). Em 1980, grava seu disco solo com tendências latinas e jazzísticas, sendo considerado, num “jazz pool” da crítica especializada, um dos dez melhores LPs instrumentais lançados em 1981. Como instrumentista, participa de diversos eventos internacionais: Festival da Juventude de Moscou (1985), Carifiesta de Havana (1979), Bienal de Havana (1979), Festival da Costa Rica (1986), Festival de Jazz de Montreaux (1986), Festival de Jazz de Berlim (1982), Festival de Jazz de Assúncion (1996), Festival de Jazz do México (1992). A partir de 1989, passa a integrar o grupo Azymuth, com o qual atua durante três anos e grava dois discos – “Tudo Bem” (1989) e “Curumim” (1990), ambos pela Íntima Records/Los Angeles. Com o grupo, realiza tour pelos EUA e Japão. Nos anos 90, cria trilhas para filmes e é o responsável pelos arranjos da peça e do CD “Elas Por Ela”, encenada por Marília Pêra, entre 89 e 91. Em 2000, faz e participa do Projeto Aquarius “Sinfonia Brasil”, apresentado para um público de mais de quinze mil pessoas no Forte de Copacabana (Rio de Janeiro), quando a Orquestra Sinfônica Brasileira e Mauro Senise interpretaram juntos “Wave”, de Tom Jobim, num arranjo seu. Fez também os arranjos da edição 2003 do mesmo projeto, que, na ocasião, comemorava seus 30 anos. Em 2003, faz um arranjo especial para o primeiro movimento da Sinfonia 40, de Mozart, regida pelo maestro Yeruham Scharovsky, para o Projeto Aquarius “Mozart, o Divino”. Foi um dos arranjadores do projeto “Clássicos do Samba” (produzido pelo Ministério da Cultura), com a participação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, regida por Sílvio Barbatto. Ainda em 2001, é o arranjador de Leila Pinheiro no Projeto Avon Women Concert, para canções de Vinícius de Morais e que foram executadas pela Women..s Phillarmonic de San Francisco, sob a regência da maestrina coreana Apsu Hsu. Idealizou um projeto de adaptação de músicas de compositores eruditos brasileiros, no qual arranjou, produziu e tocou, e que se transformou no CD “Tempo Caboclo” (Biscoito Fino), gravado com Mauro Senise e lançado em 2005, tendo sido apontado pela crítica especializada como um dos melhores CDs instrumentais do ano e indicado ao Grammy 2006 na categoria música erudita. Participou do Projeto Aquarius como arranjador da OSB nas músicas “Cantos Orfeônicos”, “Choros nº 1” e “Cair da Tarde” e solista (vibrafone) em “Choros nº. 1”, de Villa-Lobos, na comemoração dos 80 anos do “O Globo”, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O mesmo projeto foi apresentado na Praia de Copacabana para milhares de pessoas e com a inclusão de seus arranjos para a OSB. Compositor instrumental, tem composições gravadas por Robertinho Silva, Mauro Senise, Pascoal Meirelles, Chiquinho do Acordeon, Cláudio Roditi, Azymuth, Cama de Gato, Yuka Kido (Japão), grupo Garage. Como professor, ministra cursos de teclados no XVIII Curso Internacional de Verão da Escola Nacional de Música de Brasília, quando é executada, em primeira audição, pela Orquestra Civebra, a peça de sua autoria para marimba, bateria, tímpano e orquestra, “Fantasia Popular”, composta em 1989 e que já tinha sido gravada por Pascoal Meirelles no seu CD “Paula” (1994, CID). A mesma peça concorreu ao prêmio Sharp 1994 na categoria música instrumental. Atualmente, integra o grupo Cama de Gato, com o qual gravou os CDs “Dança da Lua”, “Amendoim Torrado” e “Água de Chuva”, último trabalho do grupo e que, como nos CDs anteriores, conta com sua produção, arranjos, composições e participação como instrumentista. Em 2007, é o arranjador de todas as canções do CD “Samba Meu”, de Maria Rita, e produz o novo trabalho de Leandro Sapucahy.