por te-lo e por ser belo
o cabelo
querem zero ou prende-lo
eu não quero
e o barbeiro amarela
na dele naquelas
sem atitude sem negritude
o branquela
não entende crespitude
racismo é engodo e seqüela
engorda os de lá
e os de cá esfarela
zelo o crespo com fulgor
negro zela com amor
para entendê-lo
berro, querela enterro
aquela falsa abolição
exijo mais pente afro
menos ferro, menos favela
mais terra e condição
o duro não é o cabelo
são as escolas e suas deixas
o sistema e suas brechas
o crespo é toda uma vida
quando livre suas madeixas