Alvaro Gribel é cantor, compositor e violonista. Em 2008, lança pelo selo Musique o primeiro disco, com 10 canções autorais de samba e MPB. O artista divide os créditos da estréia com o pianista Fabiano Araújo (produção e arranjos), o violonista Wanderson Lopez (produção e arranjos), o baterista Edu Szajnbrum (co-produção e percussão), e o produtor Eber Pinheiro (engenharia de som).
"Se existisse apenas como uma totalidade, feita de músicas que se ligam umas à s outras do inÃcio ao fim, o disco poderia ser interpretado como uma suavidade tensa. Jamais chega a explodir numa catarse desalinhada ou fora de controle. Conforta-se no choro baixinho de uma bossa ou, no extremo oposto, na celebração canastrona de uma marchinha. Dialoga, não grita. É calmaria, é um “tudo ao seu tempoâ€.
Essa harmonização de angústias várias e de alegrias tantas parece ter se tornado possÃvel com ouvidos atentos aos ecos do passado musical brasileiro. Ouvidos que se esforçam por entender o que a tradição diz. Alvaro Gribel se mostra em pleno flerte com tendências, artistas e regionalidades. Confessa-se atraÃdo pelo samba de batuque, mesmo suas origens não estando nele. Em arranjos extremamente sofisticados, lança mão até mesmo de berimbaus.
O disco é também metalinguagem: busca, todo o tempo, sua própria essência. Uma exploração ousada, mas diligente e madura: trata de fugir da estética do caleidoscópio (e, certamente, dos vÃcios mais juvenis).
"Em último lugar (ou talvez em primeiro), a voz serena de Gribel é sensação à parte. É mensagem nela mesma. É interpretação apaziguada da realidade. A voz chora, treme. A voz levanta-se para dizer - ante todos os sonhos interrompidos - que chega de lamentos, que “Chega de Saudadeâ€. Sim, metade de século mais tarde, este disco é muita bossa." (por Carla Marques, pré-audição / abril 08)
