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paulistano nascido na Moóca é um verdadeiro garoto-prodÃgio. Começou a tocar aos seis anos de idade, influenciado pelo samba que ouvia em casa. Nascido numa famÃlia de músicos e religiosos, ouviu muito R&B e gospel americano, suas principais influências e sempre participou de atividades musicais da igreja. Fora isso, seus presentes na infância eram sempre guitarras, baterias e teclados de brinquedo. O primeiro instrumento de verdade foi o cavaquinho, já que suas mãos eram muito pequenas para o violão. Aos sete anos, por conta de dificuldades financeiras, mudou-se com a famÃlia para Cachoeira Paulista. Lá, passava aprendeu três acordes e aos oito anos passava o dia todo ouvindo rádio e tirando as músicas no violão.
Aos 16 anos, trabalhava de dia, estudava à noite e ajudava (fazendo uma espécie de produção vocal) amigos músicos em gravações no estúdio de madrugada. Isso tornou-se uma rotina na vida de Silvera, que acabava produzindo (mesmo sem ter muita noção) os amigos de graça e durante dois anos, gravou uma média de dois ou três discos por semana.
Depois de anos de prática, tornou-se multinstrumentista: além do violão e do cavaquinho, ainda domina baixo, guitarra e teclado. Além de compor e cantar.
Todo esse talento serviu para que Silvera decidisse de uma vez por todas apostar suas fichas na carreira musical.
Embora não gostasse do timbre de sua voz, em 96 Silvera montou o Feeling, um quarteto vocal gospel de R&B. Dois anos depois, passou a receber propostas de projetos seculares (como os evangélicos costumam chamar o que não é música gospel): fez backing vocais em dois especiais do Fábio Jr., o que acabou gerando mais convites ainda. Trabalhou com DJ Alpiste e o grupo Apocalipse 16, ambos ligados ao rap gospel. Saiu em turnê com os Racionais MC's para Alemanha e Estados Unidos e começou a aparecer no circuito dos estúdios. Gravava sem parar, ou tocando algum instrumento ou sendo backing vocal. Trabalhou com Só Pra Contrariar, Art Popular, ThaÃde e DJ Hum, Netinho de Paula, Rappin'Hood, Potencial 3 e KL Jay, entre outros. "Já cheguei a gravar três discos por dia" - diz.
A partir de 99 começou a sentir necessidade de ter um trabalho paralelo ao Feeling. Comprou um computador e durante a turnê com o SPC ia compondo e gravando o rascunho das músicas. Registrou tudo no próprio computador, na sua casa na periferia da zona sul de São Paulo. Sua idéia era ser produtor. Mostrou a demo para João Marcello Bôscoli, animado com a possibilidade de algum artista querer gravar uma ou outra música. João Marcello ouviu e achou que o material de Silvera já era um disco (e que disco!) pronto.
Aos 24 anos, Silvera já tem, como vocês podem ver, um currÃculo invejável.
Tudo isso resultou no seu trabalho solo, Silvera. Neste primeiro álbum, lançado no segundo semestre de 2002 - Silvera gravou, arranjou, cantou, produziu e tocou todos os instrumentos, num pequeno estúdio nos fundos de sua casa.