About Me
Verbase – Distorção, sonhos e delÃrios.Como explicar um disco? Afinal de contas, música não se explica, se sente e deixa a alma ser tocada, ou não...
De qualquer forma, o conceito que se tentou buscar e a forma como foi concebido o trabalho sempre despertam o interesse naqueles obcecados pela busca de novos sons.
Sendo o produtor do disco e também principal compositor da banda, vou tentar explicar um pouco da intenção, e de como surgiu o novo disco do Verbase. A começar pela pretensão, ou pela total falta de pretensão, isso mesmo, a única pretensão desse disco foi a de tentar não ter pretensão. Isso pode ser sentido na forma solta como foi gravado, em como as músicas não seguem padrões ou fórmulas determinadas. O que nós quisemos ao reunir essas treze canções foi montar um quebra-cabeças com nossas referências, nossas manias, nossos delÃrios, afinal de contas, não somos músicos, mas sim fãs de música. Gostamos de fazer pose em frente ao espelho enquanto ouvimos Led Zeppelin, fingir que somos uma banda de verdade, assistir ao Anthology dos Beatles milhares de vezes, a ponto de decorar as falas, revirar sebos em busca da raridade perfeita, ficar ligados nas revistas. Ou seja, queremos nos emocionar com a música e viajar com as possibilidades que ela pode nos oferecer. Acho que esse disco é um reflexo muito fiel disso, um disco feito para aqueles que acreditam que o verdadeiro espÃrito do rock ainda está vivo, aqueles são fãs de Lester Bangs, que ficam fascinados com a história da Creation, que assistem filmes como Alta Fidelidade, Quase Famosos, A Festa Nunca Termina e The Wonders. Pessoas que se emocionam com o rock, que vivem o rock no seu dia-a-dia, que leram o Mate-me, Por Favor e ficaram até mesmo sem dormir pensando em como o Iggy Pop pode ser tão foda...Um orgulho que temos é o de saber que fizemos um registro fiel do som que amamos e que nos move, sem preocupações meramente mercadológicas ou técnicas, tendo como objetivo único a satisfação de buscar o timbre certo, a sujeira necessária, a distorção encantadora e desconcertante... Quisemos um bom disco de rock´n roll, fazendo jus a nossos Ãdolos de sempre. Você poderá perceber ecos e influências de The Jam, Oasis, Lemonheads, Television, T.Rex, Cure, Velvet Underground, Beatles e letras inspiradas na literatura beatnik, principalmente Jack Kerouac, que estimulam a liberdade, as angústias, inquietações e questionamentos de pessoas simples que querem apenas viver e descobrir novos caminhos e pessoas. Pessoas que valorizam passar horas em uma garagem empoeirada com amigos fiéis, com num pacto, tirando um som mágico e fazendo experiências. Pessoas que se encantam com a estrada, com as paisagens, com a vida...
Talvez isso tudo não faça o menor sentido, talvez estejamos perdendo nosso tempo falando sobre coisas que não acrescentarão nada a nada. Afinal, quem sabe o que é correto? Quem sabe o que estamos fazendo aqui? Na dúvida, tentamos fazer o nosso melhor e aproveitar cada segundo levando um pouquinho de nossas almas em cada uma dessas músicas. E no final, ao ouvir o resultado, com o brilho nos olhos e um sorriso que não consegue sair dos lábios, ficamos pensando, será que alguém consegue perceber isso tudo?Anderson Badaró