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Desde a primeira vez que atravessei o Atlântico deixando o Brasil para trás com o objectivo de promover o meu trabalho, não conheci muitas pessoas que posso realmente considerar como meus grandes amigos, da minha família e da minha cidade. Dentro desse pequeno universo está o super camarada, notável profissional e "deejay" guerreiro da boa música, João Dinis.O bom gosto musical e a forma intensa como vive a música, foi o que despertou a minha atenção e me deixou completamente seguro e "tranqüilo" para dividir os gira-discos nas várias festas que trabalhamos juntos, e seguramente, em todas as que ainda estão para acontecer. Sempre alerta às raridades e novidades do balanço mundial e acompanhado do "Long Play" (em quantidades sempre superiores ao recomendável), este coleccionador de grooves vai da modernidade à raiz, desfilando um repertório fino e de alto astral.Apesar de bastante jovem e ainda com uma curta carreira a sua discoteca reflecte todo o gosto, empenho e respeito que tem pela música. As aventuras no Brasil e um pouco pela Europa renderam para o seu reportório muitas aquisições da mais alta malandragem, contribuindo para um arquivo extenso que reúne várias relíquias das mais diversas sonoridades. Se o grande dj e radialista (BBC) inglês Gilles Peterson ao perder as suas malas de discos em visita ao Porto, contou com a boa camaradagem do João que lhe cedeu alguns dos seus, permitindo em parte que a festa acontecesse, eu com certeza na mesma situação, também não passaria por nenhum aperto.Ao seu lado já me apresentei tanto em Portugal na já tradicional festa no "Indústria" (Porto), no "Café del Rio" (Viana do Castelo), Fábrica do Braço de Prata (Lisboa), Club Trás Trás (Guimarães) e um pouco por todo o país, como no Rio de Janeiro no “Estrela da Lapa”, “Morro da Urca”, “Sambódromo” (Carnaval 2008) e na “Casa da Matriz” onde participou na festa “Febre” e "Digital Dubs”.Felizmente o resultado tem sido para lá de "Bom" e em mais de 3 anos de parceria, posso afirmar que a sua música é garantia de fumaça, festa boa, pista cheia e a sensação que não saímos de casa só pra dançar, mas acima de tudo, aprender algo novo sobre o novo, o velho que faz o novo, e entender que no mesmo momento é possível curtir o jazz, a bossa, o samba, o reggae, ska, o funk, boogaloo, afrobeat, drum&bass e muito, muito mais.Tudo isso é sinónimo de Joao Dinis, e é autêntico.Texto: Marcelinho da Lua (myspace.com/djmarcelinhodalua)