"Embora na fase primitiva da acumulação capitalista 'a economia polÃtica não visse no operário senão o operário' que deveria receber o mÃnimo dispensável para a conservação de sua força de trabalho, sem nunca ser considerado 'nos seus lazeres, na sua humanidade', esta posição de idéias da classe dominante inverte-se assim que o grau de abundância atingido na produção de mercadorias exige um excedente de colaboração do operário. Este operário completamente desprezado diante de todas as modalidades de organização e vigilância da produção, vê a si mesmo, a cada dia, do lado de fora, mas é aparentemente tratado como uma grande pessoa, com uma delicadeza obsequiosa, sob o disfarce de consumidor. Então o 'humanismo da mercadoria' toma a cargo os 'lazeres e humanidade' do trabalhador, muito simplesmente porque a economia polÃtica pode e deve dominar, agora, também estas esferas, enquanto economia polÃtica. Assim, a 'negação total do homem' assumiu a totalidade da existência humana"
Debord.