Por mais que se diga que vivemos em um tempo marcado pelo individualismo, o fato é que ninguém faz a vida sozinho. Com música não poderia ser diferente. Do primeiro choro ao último suspiro, colecionamos um repertório incrível de sons na nossa memória musical. Compor, nada mais é que reelaborar tudo o que está guardado ali, neste acervo que é de todos. E o engraçado, é que neste processo surgem coisas novas, releituras inesperadas, fruto da sorte, do talento de cada um e do acaso também, que nem tudo sai como a gente quer (ainda bem !).
O COLETIVO-UM surgiu deste caldeirão sonoro que extraímos do mundo. Mesmo que não se ouça com clareza, tem ali, como caldo primordial, um pouco de Noel (sim aprendemos a tocar violão tirando exaustivamente os acordes de Três Apitos na interpretação de Maria Bethânia), de Caetano, do Gil, do Baden Powel, de muitos outros grandes da MPB (que ouvimos desde a era do LP), dos Beatles, do pop, do jazz e da eletrônica , que hoje nos dá o insumo para boa parte do som que fazemos.
O trabalho foi saindo também ancorado em outras influências não ligadas à música. A literatura também deu sua força. Sambar , por exemplo, saiu (inconscientemente, é claro) da leitura do conto A Morte de Ivan Illich, de Tolstói. Fatal tem muito da história de paixão tresloucada relatada por Proust em No Caminho de Swann, seu primeiro trabalho de Em Busca do Tempo Perdido. A fonte é difusa, confusa, indeterminável.
O COLETIVO-UM , vale explicar, também não é propriamente uma banda no sentido clássico da coisa. Somos realmente um coletivo. O núcleo ( Takeshi, Fábio Pimentel e Claudio Sá ) foi e vai se integrando a várias formações ao longo do tempo para fazer o som rolar.
Nestes trabalhos aqui do myspace participam também nomes do primeiro time da música brasileira como o trombonista Bocatto, o baixista Tiago Espírito Santo, o lendário guitarrista Faiska, o baterista Douglas Las Casas, o trompetista Regis, o produtor San Issobe, entre muitos outros.
A história deste trabalho começou na década de 90 numa garagem de uma pequena cidade do interior de São Paulo, onde o esporte favorito é descer o rio numa bóia de trator em deliciosos dias de verão. Foi em Santa Cruz do Rio Pardo que começamos a tecer esta teia sonora que agora vai tomando forma e que você pode conferir aqui.
De lá para cá, passamos por várias fases de produção. Disco incompleto é o que não falta à nossa trajetória. Hoje, com a web aqui prontinha para interagir com quem quiser nos ouvir, encontramos o espaço para pôr no mundo as idéias musicais que concretizamos ao longo do tempo. Mas chega de blablabla. Som é para ser ouvido. O resto é bobagem. Clique nos arquivos e deixe sua opinião. Afinal, agora você também faz parte do COLETIVO-UM .
Envie mensagem para: [email protected]
Contato: (14) 81141687 / (11) 86346024 / (11) 99457005