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Band Website: www.bebetoalves.com.br
Band Members: ..
Sounds Like:As canções de Bebeto Alves são uma dessas raras coisas que vêm à vida para nos fazer sentir o que é a vida. Nelas nada há de acessório: o que não lhes é absolutamente essencial lhes é absolutamente estranho. Não são boas canções, não são canções bem feitas, não são canções inteligentes. Aquém ou além do estético, da cultura e da perícia, essas categorias não lhes servem. São canções verdadeiras, isto é, egressas da verdade, e dela reveladoras. Daí a inutilidade de se apontar suas eventuais proximidades: em seu “verso caudaloso e mais nada”, muitas vezes denso e imagético, como em “O demolidor”, há algo da prosa de Bob Dylan, que implode o verso por dentro; em “Globalización” ressoa Manu Chao e mesmo o Caetano de “Fora da Ordem”; em “Líquido”, Cigala; em certa entoação do canto, Zeca Baleiro (que, entretanto, sob os aspectos mais decisivos, não poderia ser-lhe mais distante). Mas nada disso ajuda a situar as canções de Bebeto Alves, pois elas são ferozmente solitárias: não citam, não entram no jogo da cultura, não querem parecer o que são e o que não são. Elas são. Só. Sós. Se quisermos dar-lhes companhia, falemos de seus irmãos espirituais: Tom Waits, Lou Reed, estirpe de artistas, mais que de compositores. Há, de fato, como nesses seus irmãos, em Bebeto Alves o charme de algo sempre íntimo do fim. Sua voz e sua poesia nascem das ruínas, e delas reinventam um novo mundo. Ele está sempre a cantar e celebrar esse lugar temporal onde a decadência se confunde com o inaugural, o fim com o começo: “Inauguro, de novo, o fim do futuro”. Sua voz canta de um tempo que é depois do fim, suas palavras já morreram e ressuscitaram. É uma arte póstuma. Essa parece ser a sua condição fundamental, a fonte de sua verdade. O canto de Bebeto Alves testemunha sua própria verdade não apenas nessa voz d’além túmulo, mas nos resíduos, restos, interjeições, respirações que sentem, porque verdadeiro, a verdade do que é cantado. À tal verdade é estranha a qualquer ironia, qualquer signo de sapiência, de superioridade, de distanciamento cool. Ouça-se “Tchau”: é uma linda canção brega íntima, cantada com intimidade, uma canção ingênua insciente de sua ingenuidade. Mesmo quando fala de “periferia” e “globalización”, Bebeto Alves é essencialmente lírico: fala sempre de dentro, por dentro, é seu corpo que está inscrito no mundo, sobre o qual nunca fala de fora, pois nada nele é de fora – as canções são quase sempre em primeira pessoa, “vertical, incisivo e grosseiro é seu traço”. Tão essencial é essa arte, que ela assoma sobre as contingências: qualquer que seja o destino público desse trabalho, faça ele “sucesso” ou não, toque ou não no rádio, sua verdade permanecerá maior do que a cultura que tenha sabido ou não reconhecer-lhe a grandeza.Francisco Bosco

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The songs of Bebeto Alves is one of those rare things that come to life to make us feel what life is. In them there is nothing accessory: what they are not absolutely essential to them is absolutely strange. There are good songs, songs are not well made, songs are not intelligent. Before or beyond the aesthetic, culture and expertise, these categories do not serve them. Songs are true, that is, recent graduates of the truth and revealing it. Hence the futility of their possible point around: in his "flowing back and nothing else, often dense and imagery, as in" Demolition Man "(O Demolidor), there is something of Bob Dylan's prose, which implode the verse inside, in" Globalization "resonates Manu Chao and even Caetano's" Out of Order ", in" Liquid ", Cigala, some chanting the corner, Zeca Baleiro (which, however, in terms of more decisive action could not be farther from it) . But none of this helps to situate the songs of Bebeto Alves, because they are fiercely solitary: Do not quote, do not enter the game of culture, they do not look like what they are and what are not. They are. Only. Alone. If we want to give them company, speak of their spiritual brothers: Tom Waits, Lou Reed, strain of artists, rather than composers. There is, indeed, such as their brothers, Bebeto Alves in the charm of something always close to its end. His voice and his poetry is born from the ruins, and reinvent them a new world. He is always singing and celebrating this place where time decay is indistinguishable from the opening, the end with the beginning: "I inaugurate, again, the end of the future." Her voice sings of a time that is after the end, his words have died and been resurrected. It is a posthumousart. This seems to be its essential condition, the source of its truth. The corner of Bebeto Alves witness his own truth, not only this voice from beyond the grave, but in the waste, debris, interjections, breathing feeling, because true, the truth of what is sung. In this truth is stranger to irony, any sign of wisdom, of superiority, distancing cool. Listen to "Goodbye" (Tchau) is a beautiful song corny intimate, sung with intimacy, a song naive unaware of his naivete. Even when he speaks of "periphery" and "Globalization", Bebeto Alves is essentially lyrical: speaks always from within, inside, your body is entered in the world, on which never speaks out, because nothing is out -- the songs are almost always in first person, "vertical, incisive and crude is its trace. So essential is this art, it looms on the contingencies: whatever the target audience of this work, do it "successful" or not, or not touch the radio, the truth will remain higher than the culture that has known or does not recognize his greatness. Francisco Bosco
Record Label: bank7
Type of Label: Unsigned