Estava incomodada com a vertente musical em Cachoeiro.
(...) Meus ouvidos urgiam por boa música. Teria de ser amor à primeira vista, paixão arrebatadora, taquicardia. Até que descobri, como num choque, que meus ouvidos é que eram cegos e disso eu nem me dava conta.Num belo dia, que já era noite, lá estava: o amor, que mal sabia desejar, adentrava meus tÃmpanos e extasiava meu pensamento. Num ritmo distante do óbvio e da fadiga eram embaladas pequenas alegrias e tÃmidos sorrisos. De onde vinham todos os batuques e todas as melodias, isso não interessava. As raÃzes da inspiração, que desconhecia, pouca diferença faziam. Só sabia do que estava ouvindo, e o que ouvia me agradava. Não era tão lÃmpido, mas estava bem distante da imperfeição. Era harmonioso, inusitado, original. Libertando esboços de contentamento e prazerosas gargalhadas a cada extravagância. Convidando todos a apreciarem a mostra estapafúrdia.Poderia ser o aparente descompromisso. Poderia ser a fluidez do lirismo nato. Ou poderia ser um simples nirvana sonoro. É possÃvel que não tenha atingido um coração ou dois, mas cada coração fisgado sabia o quanto era bom se deixar envolver por cada fio e por cada estalo. Do banal ao absurdo. Do tédio ao êxtase. Da fuga à vontade de estar. Um experimentalismo que desafiava e se impunha. Espetáculo no qual teatro e música se completavam, que testava os sons e seus ouvintes ampliando gostos e convicções. Chocando alguns desavisados. Causando rubor e curiosidade em outros. Desmistificando tabus e calando pessimistas. Mostrando possibilidades. Mostrando saÃdas.Sentia-me feliz ao presenciar a apresentação, pois não havia espetáculo maior do que contemplar o criador libertando sua obra máxima e se regozijando com a reação da platéia, embasbacada, como quem diz: “Pegue que é bom e é de graçaâ€. Um espanto. Um tropeço. Uma baqueta que caÃa. Tudo mais parecia fazer parte do número do que um leve deslize.Quase não acreditei em que o fenômeno acústico que conquistava os presentes era de minha própria terra. Precisei de examinar tudo. Olhar nos olhos. Comprovar se não estava sendo ludibriada.Se era real? Se existia? Ah, existe! Senhoras e senhores, apresento-lhes Vitrola de 3.por Fernanda Barata::CONTATO VITROLA::
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(28)9255-1447 (Falar com Caetano).Vitrola de 3 - A Cigana (composição Própria)
Vitrola de 3 - L..Idiot (composição Própria)
Vitrola de 3 - Coração de Lata (composição Própria)
Vitrola de 3 - Antes Fosse (composição Própria)
Vitrola de 3 - Cuidado (composição Própria)
Vitrola de 3 - Tango (composição Própria)
Entrevista ESTV 1ª Edição - Tv Gazeta Sul.
Vitrola de 3 - Palhaço de Aço (composição Própria)
Vitrola de 3 canta Chico Buarque - Olhos nos Olhos
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