Biografia

Os anos 80

E screver sobre um grupo relativamente novo - porém com uma história que remonta a outras décadas - como Casa De Ervas não é tarefa simples. Exige voltar no tempo, recriar tempos há muito idos, inspirar-se nas fontes originais que geraram o fato que agora se tem nas mãos. Casa De Ervas nasce com o passado de pessoas que se aventuraram além dos domínios acanhados da música a que se tinha acesso em Santos. Da comunidade inicial, formada por Mauro Mariano, Waldir Gonçalves, Eduardo Agena, Bagaço, Loyola, João Maria, Marcelo Marreco, Glauco, Júnior nasceria a Trava, com sua sonoridade blues e suas poesias musicadas, certeira no atalho aberto pelos Secos & Molhados, mas trazendo muito mais de si, da estranheza das canções de Lou Reed, e de muito mais que eram eles mesmos.

N asceria o Ecossistema, com Rogério Baraquet além dos já citados, geograficamente raso tanto quanto politicamente profundo, com seu pop visceral feito de hardcore urgente e de melodia rascante. Nasceria o Desarme, com Chico Nas e Gê Fernandes, inseparável combo tio-sobrinho, fruto político das explorações político-musicais de seu tempo. O Desarme se converteria em Arte Cínica, mantendo o foco em rimentações eletrônicas, envolvendo Mauro Mariano e Eduardo Agena em seu trabalho ao vivo e nas riências de Gê Fernandes, Chico Nas e Eduardo Agena com programação rítmica. Investindo em música e principalmente instrumentos e procedimentos novos (como a programação rítmica para ficar em só exemplo), Chico Nas inovou a cena. Muito embora a música eletrônica estivesse já "de vez", grupos de Santos que se tornariam famosos nos anos oitenta, receberam dele esse input, ainda que inconscientemente.

D a comunidade inicial, esse input foi sentido através de um projeto de reggae denominado Béri-Béri por Mauro Mariano, em que clássicos do reggae e do pop eram mesclados a composições e insanidades próprias sobre uma base de baixo e programação rítmica, a "baterista" Conceição E. A banda teria ainda formação acústica que incluia Waldir Gonçalves e Luiz Tuti.

Os anos 90

E ssa década viu, em 1993, a reunião de Mauro Mariano, Waldir Gonçalves e Eduardo Agena, bem como Abel Neto , Guillermo Blanco e Luiz Tuti em torno do projeto Casa Rasta, que mesclava novamente composições próprias a canções conhecidas do público em pontos estratégicos do show.

A banda tocaria em variados espaços e situações, abrindo para bandas como Tribo de Jah e fechando temporadas em cidades litorâneas como Itanhaém e interioranas como Vinhedo. Este ciclo de dez anos viu o amadurecimento de muitas das técnicas latentes ao mesmo tempo em que ampliava cada vez mais o horizonte musical dos músicos.

Os anos 00

I nício de década, século, milênio, novos ciclos se apresentam e com o fim da Casa Rasta como proposta, a Casa De Ervas aparece como a continuação de tudo isso, sem negar o passado, mas reinterpretá-lo para melhor poder entendê-lo. Pois o processo é tão particular, embora a música seja endereçada a todos sem exceção, que tem - como um filme complexo que é - que ser sempre vista com um novo olhar.

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