O cotidiano não difere do seu que é batalhador, preto, pobre e sobrevive diariamente na batalha periférica, o convÃvio é entre gente bem, gente má, damas, putas, malandros e manés, uns se escondem atrás de um baseado, outros na embriaguez e o tempo vai passando... Na real nada mudou! Continuamos sendo vitimas e os nossos algozes só mudaram de nome e o uniforme da opressão. O que ontem era quilombo hoje é favela, as trincheiras são as palafitas, o povo do gueto é o instrumento da Revolução... Só que o trabalho de alienação, o trabalho de nos colocar uns contra os outros, o de desmerecer nosso semelhante e abraçar o inimigo ainda é forte e faz com que o processo da nossa evolução retroceda.
Não precisamos de migalhas, de olhares que representam penúria quando nos enxergam, não! O que reivindicamos é somente o que é nosso por direito. Não viemos ao mundo como escravos, como bobos da corte pra alegrar senhor de engenho, éramos reis em nosso berço africano que nos foi arrancado a força e transformaram nossa mãe Ãfrica em serva do demônio imperialista dos olhos azuis e a nossa nação em colônia nos deixando sem dignidade e enriquecendo os alheios.
A babilônia moderna segue a mesma linha da remota, o amor é inexistente nos corações, os apertos de mão são falsos, a individualidade apresenta-se como essencial ao invés do coletivo, o supérfluo foi transformado em necessário e a mentira vai roubando o lugar da verdade. Todos querem dinheiro, todos possuem sonhos de consumo e ninguém quer se igualar ao próximo, se você tem R$ 1,00 a mais que eu você é o cara! E o que era pra ser irmandade atende por oposição. Como se não bastasse somos rodeados por sentimentos de ódio, por traições, amores irreais e tudo isso é o que mantém o alicerce babilônico erguido e difundindo nossa desgraça.
O gueto chora, sangra e sofre. O boy aplaude, ri e alimenta o fogo da nossa destruição. Fogo esse que deu uma roupagem de Pit Bull raivoso as novas crias do gueto contemporâneo e faz com que a chama obrigue os patrocinadores da nossa miséria se refugiarem em condomÃnios com cercas eletrificadas, andarem com blindagem no carro e perderem a liberdade. Quanto mais ostentação houver mais curto serão os passos dos descendentes dos donos da Casa-Grande, quem foi escravo quer ser homem de status, quem lavou as roupas da Sinhá não quer continuar com o trabalho escravo, as mulheres merecem ser tratadas com respeito, dignidade e honra. E enquanto esse tão esperado dia não se aproxima e nem dar sinais de que está a caminho, a denúncia prossegue, o sono do oposto vai ser perturbado e o grito de clamor das periferia vão continuar sendo ecoados.
É dentro desse fundamento que se dá a existência do 157 NERVOSO acreditamos que a organização é a maneira mais prática para o inÃcio de um amanhã melhor, sem opressão policial, sem desunião entre os mesmo e que por fim todos os gladiadores possam erguer a taça e fazer um brinde a nós mesmos, a periferia jamais será a mesma quando nós decidirmos mudar o quadro atual.
Saúde, axé, luz e força aos irmãos e as irmãs que simpatizam com o nosso som e nossas idéias!
"...Os verdadeiros homens que mudaram a história foram aqueles que mudaram o pensamento dos outros à respeito de si mesmos..." (Malcolm X)