The Gengivas Negras act since 1997 as a symptom of dissatisfaction with a cultural scene/market that lacks vitamins and content, but is prodigal in placebo. The theoretical foundation of that discontentment had been elaborated by futurists and dadaists in the early 20th century, in search of a sonority that was more adequate to "modern times", based on the noise produced by creatures with which we would live from then on: machines. Therefore, the Gengivas Negras produce, generate and reprocess noises, manufacturing sound pieces at times reflexive, at times brutal, dosing instinct and rationality in search of a unique and legitimate tradition of our time.
The Gengivas Negras are Carlos Morevi and Theo. Together, they share the manufacture and reprocessing of sound sources that will be treated through distortion pedals and software, also using samplers, electronic drums, noise generators and other noise sources, shaping a particular spectrum in the universe of industrial sonority and the spontaneity of noise music.
The Gengivas Negras are a symptom of the biodegradation of a set of codes to which it was convened to call music. It is irrelevant to discuss WHAT IS music. That which is harmonious to some is not for others. The important thing is to perceive beauty even in deterioration. The darkening of gums is a sign of decay in a body deprived of water or beset by certain disorders. It is a symptom that the body is no longer the same.
The Gengivas Negras are not a band. They are a plant of sound generation and (re)processing, a noise research and development project. A band has instruments, methods and goals which the Gengivas Negras simply ignore.
The Gengivas Negras are a side effect. Constant application to the aesthetics and methodology related to industrial music led to the Gengivas Negras' emergence. Part of the industrial music was modified, absorbed, contaminated by other genres, and has also contaminated.
The Gengivas Negras are a side effect of abuse in the search for harsher industrial sonorities. There are no obligations toward any subgenre, no fondling to any expectation. There is just a desire for noise, and that is not necessarily rational.
The Gengivas Negras don't make "experimental music". Because any activity of aesthetic elaboration, any artistic practice, happens by experimentation. "Experimental" is a vague term to classify something that does not fit in other genres.
The Gengivas Negras use canvas masks and formal clothes for the symbolic value of both elements. Formal clothes as a symbol of what is accepted as a "respectful man", the myth of the working family man who attained the desired stability. The mask as a destabilizing element, symbol of a sociopathic malaise. The mask hides nothing, on the contrary, it is a revelation. It also works as a distortion element, being associated to the same mischievous effect of the pedals used by the duo. It suffocates, it limits the field of vision to the equipment in front of the Gengivas, as in a cable extension. It interferes with perception, distorting the world vision in that short period of time. The Gengivas are temporarily subjugated by the masks.
Os Gengivas Negras atuam, desde 1997, como um sintoma de descontentamento com um cenário / mercado cultural carente de vitaminas e conteúdo, mas pródigo em placebos. O embasamento teórico de tal insatisfação já havia sido elaborado por futuristas e dadaÃstas no inÃcio do século XX, quando se procurava uma sonoridade mais adequada aos ..tempos modernos.., com base nos ruÃdos proporcionados pelas criaturas com as quais a partir de então passarÃamos a conviver; as máquinas. Sendo assim, os Gengivas Negras produzem, geram e reprocessam ruÃdos, manufaturando peças sonoras ora reflexivas, ora brutais, dosando instinto e racionalidade na busca de uma tradução única e legÃtima de nosso tempo.
Os Gengivas Negras são Carlos Morevi e Theo. Juntos, dividem a manufatura e reprocessamento de fontes sonoras a serem tratadas através de pedais de distorção e softwares, utilizando ainda samplers, baterias eletrônicas, geradores de ruÃdo e outras fontes de barulho, formando um espectro particular no universo da sonoridade industrial e da espontaneidade da música noise.
Os Gengivas Negras são um sintoma da biodegradação de um conjunto de códigos aos quais convencionou-se chamar de música. É irrelevante discutir O QUE É música. O que é harmonioso para uns não é para outros. O importante é perceber a beleza até mesmo na degenerescência. O escurecimento das gengivas é um sinal de degenerescência em um corpo privado de água ou acometido de certas doenças. É um sintoma de que o corpo não é mais o mesmo.
Os Gengivas Negras não são uma banda. São uma usina de geração e (re)processamento sonoro, um projeto de pesquisa e desenvolvimento de barulho. Uma banda tem instrumentos, métodos e objetivos que os Gengivas Negras simplesmente ignoram.
Os Gengivas Negras são um efeito colateral. A constante aplicação à estética e metodologia relacionadas à música industrial levou ao surgimento dos Gengivas Negras. Parte da música industrial modificou-se, foi absorvida, contaminou e foi contaminada por outros gêneros. Os Gengivas Negras são um efeito colateral do abuso na busca por sonoridades industriais mais rÃspidas. Não há obrigações para com quaisquer sub-gêneros, não há afagos a quaisquer expectativas. Há apenas o desejo por barulho e isto não é necessariamente racional.
Os Gengivas Negras não fazem “música experimentalâ€. Porque qualquer atividade de elaboração de uma estética, qualquer prática artÃstica, se dá por experimentação. “Experimental†é um termo vago para classificar algo que não se encaixa em outros gêneros.
Os Gengivas Negras usam máscaras de lona e roupa social pelo valor simbólico de ambos os elementos. A roupa social como sÃmbolo do que se aceita como “homem de respeitoâ€, o mito do trabalhador pai de famÃlia que obteve a almejada estabilidade. A máscara como elemento desestabilizante, sÃmbolo de um desconforto sociopata. A máscara nada esconde, ao contrário, é uma revelação. A máscara também funciona como um elemento de distorção, sendo associada ao mesmo efeito nocivo dos diversos pedais que a dupla utiliza. Ela sufoca, ela limita o campo de visão somente ao equipamento diante dos Gengivas, como numa extensão de cabos. Ela interfere na percepção, distorcendo a visão do mundo naquele curto espaço de tempo. Os Gengivas se tornam, temporariamente, subjugados pelas máscaras.