RosaNegra é uma proposta surpreendente dentro dos caminhos do novo fado, seu passado e seu futuro. Sendo a voz do fado sempre a voz do destino, porque um e outro são o mesmo, é natural que se olhe para eles com respeito mas também com liberdade, a liberdade de encontrá-los à nossa maneira, dentro da nossa alma fadista.
Matizada por tons quentes e sombras profundas, os lamentos melódicos da sua música misturam-se com movimentos tribais, ritmos do deserto acompanhando uma voz profundamente fadista e aventureira, batendo o pé à fatalidade, numa teia de arranjos de inspiração ibérica/mediterrânica/desértica, com cordas, trompete, piano e acordeão, sempre apontando para o Oriente, cruzando caminhos imaginários de ir e vir “num oásis de esperança eterna, um sentimento de jasmim, memórias do meu coração”. 'Fado Ladino' é o nome do poema ao qual pertencem as frases anteriores e é também o nome deste álbum. Se nos debruçarmos nos significados do termo, encontraremos toda a carga do seu sentido: ladino é cigano, é judeu, é espanhol, é mouro, é latino. Mas também é puro, legítimo, astuto e vivo. Enfim, ladino é o nosso fado porque ladina é a nossa origem.