About Me
1861: Nasce João da Cruz, em Nossa Senhora do Desterro (hoje Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina), a 24 de Novembro. Filho de Guilherme da Cruz, mestre pedreiro, e Carolina Eva da Conceição, lavadeira, ambos negros e escravos, alforriados por seu senhor, o coronel Guilherme Xavier de Sousa. Do coronel, o menino João recebeu o último sobrenome e a proteção, tendo vivido em seu solar como filho de criação. - 1869: Aos oito anos, recita versos seus em homenagem a seu protetor, que voltava, promovido a marechal, da Guerra do Paraguai. - 1871: Matricula-se no Ateneu Provincial Catarinense, onde estudou até o fim de 1875, tendo aprendido francês, inglês, latim, grego, matemática e ciências naturais. Essa última disciplina fora-lhe ensinada pelo naturalista alemão Fritz Müller, amigo e colaborador de Darwin e Haeckel. Além das palavras do amigo VirgÃlio Várzea: “Distinguiu-se acima de todos os seus condiscÃpulosâ€, Cruz e Sousa mereceu elogios de Fritz Müller, para quem a inteligência do jovem negro era a prova de que suas opiniões anti-racistas estavam corretas. - 1881: Funda, com VirgÃlio Várzea e Santos Lostada, o jornal Colombo, no qual proclamavam adesão à Escola Nova (que era o Parnasianismo). Parte para uma viagem pelo Brasil, acompanhando a Companhia Dramática Julieta dos Santos, na função de ponto. Realiza conferências abolicionistas em várias capitais. Lê Baudelaire, Leconte de Lisle, Leopardi, Guerra Junqueiro, Antero de Quental. - 1884: O presidente da provÃncia, Dr. Francisco LuÃs da Gama Rosa, nomeia Cruz e Sousa Promotor de Laguna. O poeta não pôde tomar posse do cargo, pois a nomeação fora impugnada pelos polÃticos locais. - 1885: Publica Tropos e Fantasias, em colaboração com VirgÃlio Várzea. Dirige o jornal ilustrado O Moleque, cujo tÃtulo provocativo revela o caráter crÃtico e contundente das idéias veiculadas. Tal jornal era francamente discriminado pelos cÃrculos sociais da provÃncia. - 1888: A convite do amigo Oscar Rosas, parte para o Rio de Janeiro. Durante os oito meses de permanência no Rio, conhece o poeta LuÃs Delfino, seu conterrâneo, e Nestor VÃtor, que seria o grande amigo e divulgador de sua obra. Lê Edgar Allan Poe e Huysmans, entre outros. - 1889: Retorna a Desterro, por não ter conseguido colocação no Rio de Janeiro. Lê Flaubert, Maupassant, os Goncourt, Théophile Gautier, Gonçalves Crespo, Cesário Verde, Teófilo Dias, Ezequiel Freire, B. Lopes. Inicia a conversão ao Simbolismo. - 1890: Vai definitivamente para o Rio de Janeiro, onde obtém emprego com a ajuda de Emiliano Perneta. Colabora nas revistas Ilustrada e Novidades. - 1891: Publica artigos-manifestos do Simbolismo, na Folha Popular e em O Tempo. Pertence ao grupo dos “Novosâ€, como eram chamados os “decadentes†ou simbolistas. - 1882: Vê pela primeira vez Gavita Rosa Gonçalves, também negra, em 18 de Setembro. Colabora em A Cidade do Rio, de José do PatrocÃnio. - 1893: Publica Missal (poemas em prosa) em Fevereiro, e Broquéis (poemas), em Agosto. Dia 09 de Novembro, casa-se com Gavita. É nomeado praticante e, posteriormente, arquivista da Central do Brasil. - 1894: Nasce Raul, seu primeiro filho, a 22 de Fevereiro. - 1895: recebe a visita do poeta Alphonsus de Guimaraens, que viera de Minas Gerais especialmente para conhecê-lo. A 22 de Fevereiro, nasce seu filho Guilherme. - 1896: Em março, sua esposa Gavita apresenta sinais de loucura. O distúrbio mental durou seis meses. - 1987: Evocações (poemas em prosa, que seriam publicados postumamente) encontra-se pronto para o prelo. Nasce Rinaldo, seu terceiro filho, a 24 de Julho. Ano de sérias dificuldades financeiras e de comprometimento da saúde. - 1898: Morre a 19 de Março, em SÃtio (Estado de Minas Gerais), para onde partira três dias antes, na tentativa de recuperar-se de uma crise de tuberculose. Tinha 37 anos. Seu corpo chega ao Rio de Janeiro num vagão destinado ao transporte de cavalos. José do PatrocÃnio encarrega-se dos funerais. O enterro realiza-se no Cemitério de S. Francisco Xavier, tendo o amigo fiel, Nestor VÃtor, discursado ao túmulo. Publicação de Evocações. Nasce-lhe o filho póstumo, João da Cruz e Sousa Júnior, dia 30 de Agosto, que morreria em 1915, aos 17 anos. (Seus outros três filhos morreriam antes de 1901, ano em que morreu sua esposa Gavita). Em 1900, dá-se a publicação de Faróis, coletânea organizada por Nestor VÃtor.