Vésper Vocal

O Vésper Vocal é um grupo feminino que se dedica, desde 1992, à interpretação da música brasileira no formato a capela: arranjos feitos somente para vozes, sem acompanhamento instrumental. Em seu primeiro show, "Flor d’Elis", de 92, o Vésper pesquisou o repertório de Elis Regina, em suas várias fases e estilos, e preparou um repertório com arranjos realizados especialmente para o grupo. A sutileza das interpretações a capela e a inventividade dos arranjadores nortearam o caminho do Vésper na busca de novas formas de cantar a música vocal. Deste primeiro CD, lançado pelo selo Dabliú em 1998, participaram Roberto Menescal, Renato Teixeira, Sizão Machado e Natan Marques, músicos que acompanharam a carreira de Elis e que se encantaram com o som do Vésper. Em "Mulheres do Brasil", o grupo fez uma pesquisa de repertório das músicas elaboradas por compositoras brasileiras. Nesse segundo trabalho, de 96, além dos arranjos inovadores feitos em sua maioria pela diretora musical, Mônica Thiele, outro ingrediente veio dar mais colorido ao som do Vésper: a percussão, tocada pelas próprias cantoras, sobretudo Mazé Cintra, que além de cantora do Vésper é percussionista. Com a consultoria de Ari Colares, o grupo preparou arranjos especiais de percussão para o repertório do show. A percussão corporal também foi utilizada pela primeira vez no Vésper nesse espetáculo, com Fernando Barba, do Barbatuques, ajudando a conceber o arranjo de Doce Pimenta, de Rita Lee. Aliado ao trabalho musical, o corporal e cênico. Para "Mulheres do Brasil", o grupo contou com a preparação corporal de professores de danças populares e de salão. Desde que se formou o Vésper sempre esteve atento à desenvoltura no palco. E com a orientação da atriz Déborah Serrettiello, o grupo procura enriquecer suas interpretações musicais com a utilização da intenção cênica precisa e de movimentos sutis pelo espaço. Além do trabalho artístico, o Vésper, cujas cantoras também são arte-educadoras, tem em seu repertório um espetáculo que dialoga com a curiosidade natural da platéia a respeito da música vocal a capela. Numa aula-show, o quinteto partilha o prazer do canto a capela e os detalhes dos arranjos vocais, explorando suas possibilidades didáticas. Nessa aula-show, à medida que as músicas vão sendo interpretadas, abre-se espaço para que a platéia descubra como os arranjos vocais do quinteto se estruturam e faça perguntas a respeito. Dessa forma, conceitos musicais importantes são mostrados de forma interativa e por isso mesmo mais eficaz. Atualmente o grupo apresenta seu novo trabalho: SER TÃO PAULISTA. Inspirado na obra dos compositores paulistas. O novo cd, lançado pelo selo CPC-UMES, traça um grande painel da música de São Paulo e seus vários movimentos. No repertório, Zequinha de Abreu, Luiz Tatit, Itamar Assumpção e Mano Brown, entre muitos outros, dialogam por meio da linguagem vocal do Vésper. A percussão, a pesquisa e a característica inovadora dos arranjos continuam tecendo a sonoridade do Vésper, e de forma cada vez mais criativa e consistente.