Podia dar um pouco de mim ao infinito, poder gritar a minha propria morte.. seguir o odor do teu corpo, as cinzas que para o ceu atirei , como me tinhas pedido.. chorei a liberdade de me sentir preso com a tua ausencia.. agora so quero a morte.. quero estar a teu lado sempre.. poder dar te a mao e escrever o que me ditas para o caderno que trago dentro de mim.. sei que o fazes nos ceus.. sei que me vigias, sei que me escondes quando me querem fazer sofrer.. sei que choras dia por dia por nao estares conosco.. estamos a teu lado.. um dia quero poder te alcançar na brisa que que corre sem direcçao.. nao sei escrever o passado.. apenas conto o que vivo.. tudo é tao estranho quando nao conseguimos encarar a realidade.. nem ás pequenas coisas damos valores.. todos nos olham com um ar preverso.. e sem defesas deixamo nos nos humilhar.. porque me tratam assim??? ainda nao cheguei ao vosso patamar.. Isso faz parte da vida ou é a crueldade a falar mais alto.. por favor tirem me deste labirinto.. ou sou eu que tenho de axar a saida e tornar me como tu? "diz me que despreso é esse que nao olhas quem quer que seja?" em busca do teu olhar passo por mil e um sitios e so vejo luzes a brilhar por cada trilho por onde pergunto pelo teu nome.. ninguem me alcança mas eu tambem sou como tu.. inalcansavel.. hoje estou sozinho em casa.. acendo cigarro atraz de cigarro.. sinto me vazio, com ancia de te abraçar e poder te dar um abraço.. mas mais uma vez nao te consigo ver.. apenas recordo o cheiro que ficou na minha roupa do dia anterior.. mas depressa esse odor vai se apagar e o que me resta é apenas a saudade..Deixaste me no vazio, deixaste me num dia qualquer onde o mar se fazia sentir frente ao vento e eu nao te pude responder.. so depois reparei no que tinhas dito.. continuaste a ser minha, nao sei o que.. para mim ficaste apenas a insertesa.. uma nau, no mar á deriva como eu.. que se encontraram perto do mar mas longe da tempestade que um dia apareceu e nos levou para baixo.. afundados, ficamos tanto eu como tu..sem mapa fiquei.. sem direcções nem rumos.. afundei me nas maguas que nunca tive. tentei falar mais um pouco de ti a quem passava mas a recordaçao que em mim ficou foi tão pequena que nao quiz falar mais sobre do teu passado recente.. que fui eu.. Tentei escrever um pouco mais hoje.. o dia la fora esta chuvoso, ha frio e eu nao consigo sequer olhar te hoje pela janela do meu quarto.. a chuva é tanta que o meu vidro nao te deixa ver.. hoje prefiro escrever te a ti.. rasgo folhas sem cessar pois nao consigo lembrar te assim como és.. pego no telemovel na tentativa de te escrever uma mensagem.. mas o meu receio de nao me responderes é tao grande que desisto.. ponho o telemovel no bolso e de meia em meia hora olho o na esperança de me responderes.. que ódio de nao ter uma mensagem tua.. sinto me perto de ti mas ao mesmo tempo tao longe por nao corresponderes.. será que estou errado quando te peço uma mensagem em troca e nao aceito uma recusa.. dou por mim outra vez a escrever.. mas rasgo a folha.. acendo um cigarro e mal este acaba estou a acender outro.. mandas me uma mensagem? espero pela tua resposta.. hoje ou amanha.. mas espero a resposta.. mandas me uma mensagem? senti o céu a cair, as estrelas a desaparecerem no imenso olhar que me rodeava.. o sol punha se e depressa ficava de dia.. quem e.. que me obrigou a ver o mar nesse dia? as ondas rebentavam fortemente e a minha vontade de me atirar no abismo era cada vez maior.. a ouvir a nossa musica.. sonhava estar cada dia mais perto de ti.. atirei me a esse mar.. nao estava ninguem na praia, só eu.. o mar a puxar me cada vez mais para o seu interior.. a cada braçada que dava, chorava lagrima por lagrima por me teres deixado naquele dia em que te dava o teu presente de anos.. vi o teu olhar a brilhar e derrepente soube que nao era eu quem querias que estivesse ali a teu lado.. gelado, e a morrer de frio consegui sair das ondas em que tinha me atirado.. perdi me.. e fiquei sem forças para continuar a sentir que estava cada vez mais perto da solidão.. ninguem me escutava.. pouco a pouco ia gritando um pouco de mim no areal que tu associavas á minha forma de viver.. porque reagiste com tanto despreso.. pois tinha muito para te contar da minha vida, daquela ida ao mar que te tentei falar no dia dos teus anos.. porque é que nao estas hoje comigo? ja nao estou aquela criança que te cumprimentava de aperto de mão, desconhecendo que o meu beijo para ti era a prova que te amava.. nunca te compreendi.. talvez tu nao foste feita para mim.. nao gosto de estar so.. so ao pé de ti quero ficar a chorar todo o tempo.. para poderes me acariciar a cada minuto que passa, quero te proteger.. e dar te dia e noite o silencio que tanto gostas de sentir.. toca me, abraça me e diz me que gostas de mim.. faz me sorrir que á anos que nao sei o que é olhar o mundo como todos olham.. tentei chamar te um dia, estavas bem longe, gritei bem alto o teu nome.. mas nao me ouviste, por momentos pensei que nao eras tu.. corri em tua direcçao mas nao te consegui alcançar.. desapareceste e nada disseste.. um dia por acaso cruzamo nos mas nao me conheceste.. perguntei me para mim mesmo qual a razao dessa tua reacção.. hoje estou fechado num ospicio e nao tenho visitas de ninguem.. apenas convivo com coktails que me dão á boca, ja nao forço nada deixo que me droguem e que vivam por mim.. ja nao sei quem sou.. nao tenho objectivos de vida, apenas respiro.. tentei me procurar no ceu azul que insitia em nao desaparecer, cada rua para mim era um abismo, cada sorriso era um problema longe de ser solucionado.. apareceu a lua a sorrir para mim.. o sono surgia e o sonho intensificava se.. acordava dum pesadelo que para mim era realidade, ria me ao espelho de manha para procurar me do outro lado, compreender porque sorrias assim para mim..