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Fernando Lopes-Graça

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Fernando Lopes-Graça (nascido em Tomar, a 17 de Dezembro de 1906) foi uma das figuras mais emblemáticas do séc. XX português. Desenvolveu uma intensa actividade cultural, artística, pedagógica e cívica. Como compositor criou uma obra extensíssima que percorre quase todos os géneros musicais e que mereceu reconhecimento nacional e internacional ao longo da sua vida. Fundou e dirigiu durante mais de 40 anos o Coro da Academia de Amadores de Música, para o qual escreveu centenas de arranjos de canções tradicionais, grande parte das quais recuperadas em colaboração com o etnólogo Michel Giacometti. Fundou a sociedade de concertos “Sonata”, dedicada à difusão da música contemporânea. Distinguiu-se ainda como pianista, sobretudo interpretando as suas próprias obras. Intelectual de vasta cultura literária, filosófica e política, interveio activamente nos grandes debates estéticos e ideológicos do seu tempo, tendo publicado ensaio e crítica musical, teatral e de bailado em periódicos como a Seara Nova (de que foi Secretário da Redacção), O Diabo (jornal da oposição ao regime na década de 30), Manifesto, Presença, Vértice, e na Gazeta Musical e de Todas as Artes (de que foi fundador e redactor principal). Aos 18 volumes das suas Obras Literárias junta-se o Dicionário de Música, em dois volumes, que elaborou a partir do legado de Tomás Borba (1956-1958). Profundo conhecedor da literatura portuguesa, acompanhou de perto os movimentos literários presencista e neo-realista, escrevendo numerosas canções de concerto, bem como canções de luta (ditas “heróicas”), sobre textos de um largo leque de poetas seus contemporâneos e cobrindo, além disso, quase toda a poesia portuguesa desde os trovadores. Ele próprio desenvolveu notáveis qualidades de escritor, salientando-se pelo seu estilo literário de grande riqueza vocabular, dir-se-ia camiliano, que se manifesta não só nos seus ensaios, mas também em algumas importantes traduções que nos deixou, como as Confissões de Jean-Jacques Rousseau ou Beethoven – Os Grandes Períodos Criadores, de Roman Rolland. A sua militância cívica e política na oposição ao Estado Novo, iniciada publicamente com a fundação em 1928 do jornal político-regionalista A Acção (Tomar) de que foi director com apenas 22 anos, valeram-lhe perseguições, prisões várias e um exílio temporário em Paris (1937-1939), impediram-no do exercício de funções docentes no Conservatório Nacional e, já nos anos cinquenta, do próprio exercício do ensino particular. A apresentação pelas orquestras nacionais das suas obras musicais foi, em várias ocasiões, interditada. Pelo vigor, a persistência e o alcance artístico e ético da sua acção multifacetada, Lopes-Graça tornou-se uma das grandes referências da cultura portuguesa. Lopes-Graça morreu, na sua casa da Parede, em 27 de Novembro de 1994.

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