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Ku de Judas

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"Em 1982, saíu o primeiro disco dos Xutos & Pontapes, genericamente intitulado "1978-1982" por reunir cancões compostas e tocadas pela banda nesse período. Nesse mesmo ano, Fernando Serpa, João Pedro Almendra e Bago D'Uva comecavam a ensaiar e a compor, dando ínicio a um projecto que iria ficar conhecido como Ku de Judas. Inicialmente Almendra era também o baixista da banda, mas Serpa relembra que "o João Pedro não percebia nada de baixo nem de guitarra, era muito lerdo a tocar naquilo. Houve uma vez um ensaio em que ele estava tao abstraído a tentar tocar que eu me virei para ele e disse: "Ó autista, deixa lá a guitarra!". Foi aí que surgiu a alcunha do João Pedro (risos). Como eu já conhecia o Ribas desde crianca e já tínhamos feito umas cenas juntos - aliás foi com o Ribas que aprendi a tocar baixo - resolvi convidar o Ribas para guitarrista. Aí é que os Ku de Judas comecaram a mexer-se a sério..." O nome surgiu porque Bago d'Uva tinha que ir muitas vezes para casa da tia, na Marteleira. A Marteleira fica onde? No cu de Judas. Por causa dessas ausências forcadas, Bago d'Uva não dava a atencão devida à banda e rapidamente foi substituido por Carlos Aguilar. Os ensaios passaram a ser em casa deste. (...) O Autista, longe da guitarra, berrava ao microfone as letras escritas por Serpa, Ribas agarrava-se à guitarra o melhor que sabia, Serpa manuseava o baixo com esforco e Aguilar agredia a bateria como se não houvesse amanha. Mais tarde, os ensaios passaram a acontecer na Senófila e na Harpa, tal era a violencia das descargas decibélicas que comecavam a incomodar a vizinhanca. "Não queriamos saber dos vizinhos, queriamos era tocar!" (Serpa) Doze musicas depois e em formato trio por ausência de Autista no palco, deram o seu primeiro concerto na Escola Secundária Padre Antonio Vieira - que todos tinham frequentado - juntamente com os Machina Popsuta, de João San Payo. O João Pedro encontrava-se entre a assistencia. "Os Ku de Judas iam tocar la à escola e eu fui até lá. Recordo-me perfeitamente desse concerto. O microfone pendurado no tecto, preso com fita cola porque nao havia suporte e o stor Braga lá ao fundo, encostado à parede com cara de mau" - ri-se Almendra. Este concerto é mítico, dado que as dez musicas dos Machina com as doze dos Ku so davam para cerca de uma hora de concerto, mas o pessoal da escola gostou tanto dos concertos que as bandas regressaram ao palco de imediato para repetirem os sets. Piricas voltou a cantar as musicas da banda de San Payo e Ribas preparava-se para cantar pela segunda vez quando Autista saltou da assistencia e assumiu o seu lugar na voz dos Ku de Judas. "Depois de terem tocado pela primeira vez, o Ribas chamou-me para cantar as musicas, que eu sabia quase todas. As que eu não sabia cantou ele". Com o sucesso relativo, chegou o convite para uma entrevista para o semanário Exito. A reportagem mostrava uma banda com musicos de crista no ar, blusoes de cabedal e correntes, com uma atitude provocadora e rebelde importada directamente da Kings Road londrina, algo nunca antes visto em Portugal. "Lembro-me de ver o Almendra passar com a sua crista de vinte centimetros e pensar "ganda maluco!" - conta-nos Samuel (Palitos), à data apenas mais um puto de Alvalade. Ze Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapes, conheceu Ribas nesta altura. "Comecei a falar com ele no Rock Rendez Vouz. Umas vezes ia-se la tocar, outras ia-se ver bandas e convivia-se por ali. Na altura havia poucos punks e era normal a malta falar, muito por causa das t-shirts. Se curtias uma banda que um gajo tinha na t-shirt, havia logo ali uma identificacao. Um dia, o Ribas veio falar comigo e conhecemo-nos assim. Encontravamo-nos lá montes de vezes." A atitude de choque resultou e catapultou os Ku de Judas para níveis de popularidade superiores, ombreando com as melhores bandas do género. Após a entrevista, tocaram no saudoso Rock Rendez Vouz (a 24 e 25 de Janeiro de 1985), num concerto que foi registado em audio e editado em 1997. (Fast n' Loud, split CD "Vozes da Raiva III", com Trinta e Um, Cabecudos, Mukeka di Rato e Ku de Judas). Após o RRV, tocaram também na TEIA, no Teatro da Comuna e na Cruz Vermelha, no Porto. Estas actuacões permitiram-lhes ter os seus primeiros fãs fora de Alvalade. Pelo meio, uma actuacão frustada na Amadora rende ao grupo as suas primeiras fotos. "Quando lá chegámos o concerto tinha sido na semana anterior (risos)". Entretanto, João Pedro Almendra abandonava a banda devido a divergências criativas com Serpa mas sobretudo devido a problemas pessoais. "Talvez o Serpa fosse o mentor da banda. Ele era o chefe e eu era o elo mais fraco. Não estive à altura dos acontecimentos e deixei-me ir abaixo" - comenta Almendra, a propósito desde episódio, continuando: "Tambem não estava a curtir muito a onda, estava a ficar um bocado farto das letras e coisas do género. Queria ter um papel criativo maior mas não tinha muito espaco, com o Serpa e o Ribas. Depois com os problemas que tinha achei que era melhor sair". Serpa discorda. "Ele saiu porque foi convidado pelo João San Payo para o que viriam a ser os Peste & Sida, já andava com a cabeca nos Peste". Almendra torce a cabeca, em sinal de concordancia parcial. Ribas, que sabia todas as letras e fazia ja coros e segundas vozes, assumiu a voz principal e o grupo passou definitivamente a trio. Já sem João Pedro, tocaram no bar Oceano, no Palmeiras e em Coimbra. (...) Ribas não estava contente com a prestação da banda, que estava estagnada no meio de grandes divergências. Parecia não haver rumo a seguir e João queria mais. Sedento de aventura, partiu para a Alemanha onde ficou por alguns meses. "Morava na rua das putas, que eram todas minhas amigas. Quando saía elas diziam '"olha, lá vai o punk!"... Grandes tempos. Em sete meses trabalhei quatro horas. E não passei fome!" João Ribas voltou da Alemanha no Verão de 1988. "Ele tinha amigos em Berlim. Na altura ainda havia aquela cena do Muro, os países comunistas e tal e ele quis lá ir ver como era" - conta-nos Serpinha. Quando chegou a Alvalade, o panorama que encontrou não era animador. Se a vontade de continuar era pouca, quando soube que Carlos Aguilar tinha vendido a bateria e que Serpa nunca mais tinha tocado, fez João Ribas desistir em definitivo da banda. "Eu e o Aguilar podíamos ter continuado a tocar mas acabámos com a banda quando o João saíu" - confidencia-nos Fernando Serpa. (retirado do livro "Censurados até morrer, biografia oficial, de Agusto Figueira e Renato Conteiro, editora Sete Caminhos, 2006) ------------------------------------------------------------ -------------- "(...) o grupo ensaiava na Senófila, antiga sala de ensaios de Lisboa. A banda era formada pelo vocalista João Pedro Almendra (Autista), pelo guitarrista João Ribas, por Serpinha (baixo) e por Carlos Aguilar (bateria). João Ribas assumiu as vocalizações após a saída de João Pedro Almendra. Almendra regressou ao grupo depois de sair dos Peste & Sida. A compilação "Vozes da Raiva, vol.3", editada em 1997, pela editora Fast'n'Loud, inclui onze temas do grupo: "Anti-Kristo", "Violemos o Presidente", "Vitimas do Sistema", "Suicidio É A (Tua) Solução", "Já Estou Farto", "Histórias da Minha Avó", "Agora Eu Sei!", "Sniff Bostik", "Quero Ser Eu (Ku de Judas)", "Anarkia em Portugal" e "Obsessão Social"." (in http://anos80.no.sapo.pt/kudejudas.htm)

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Music:

Member Since: 4/14/2007
Band Website: nao há cá disso
Band Members: 1a FORMAÇÃO: João Pedro Almendra - voz João Ribas - guitarra Fernando Serpa - baixo Carlos Aguilar - bateria2a FORMAÇÃO: João Ribas - guitarra & voz Fernando Serpa - baixo Carlos Aguilar - bateria
Influences: vinho, cerveja, resmenga, punk
Sounds Like: punk desde alvalade
Type of Label: Major

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