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Eu sou a chuva caindo. Eu sou o velho tossindo. Eu sou a vida nascendo. Eu sou um cego correndo. Eu sou a brisa matinal. Eu sou um presente de Natal. Eu sou um amante. E também a corrente sufocante. Eu tenho a liberdade de ir. Eu tenho a consciência de existir.

Eu sou a rotina.

Eu sou a novidade gritante. Eu sou o brilho de diamante. Eu sou o protesto calado. Eu sou um corpo fechado. E vomito mil idéias novas. E eu cavo sempre minha própria cova. Eu falo muito. E durmo pouco. Eu penso muito. E também, ganho pouco.

E eu vejo filmes. E torço por times. E faço música. E sou os vários timbres. Várias cores e vários amores. Eu sou uma criança em seu anseio. Viro o dia, rodo o parque e saio para um passeio. Imagino um mundo inteiro. E ele existe, embaixo do meu travesseiro.