Giancarlo Rufatto

Fulano de tal, um cantorzinho daqueles que se orgulha de ter uma canção para cada dia do ano e para cada mulher de sua vida. Eis um cara daqueles que se diverte deixando mulheres apaixonadas por ai ou alimentando paixões impossíveis só para ter sobre o que cantar e reclamar da vida. Adora legião urbana, mas odeia quando o comparam à Renato Russo, prefere falar de Bob Dylan, de Bruce Springsteen, de Al Green, Tom Waits e Jeff buckley. Vive lendo e roubando idéias de um monte de escritores que mal consegue pronunciar os nomes da maneira correta e diz que isso não importa por que quem cita nomes são enciclopédias e não pessoas. Odeia hippies, adora hypes, embora goste de Caio Fernando Abreu, um escritor incrível morando dentro de um hippie sujo. Ele também escreve sobre quase tudo que existe de supérfluo e irrelevante e sim quase tudo é sobre amor. É claro, deve ter uns três livros guardados em seu computador, textos ruins e tão obsoletos quanto o uso da palavra obsoleto num texto. As vezes se levanta crendo que as pessoas se importam com o que ele diz, produz, etc, mas tudo se passa ali em sua cabeça e dentro dela é fácil acreditar que estamos falando de um homem incrível. Talvez por esta razão é que ele siga gravando um disco após o outro - seis nos últimos quatro anos. Continua cantando mesmo sabendo que não é nada capaz de mudar a vida de alguém, ainda que estas sejam boas piadas entre os amigos. Usa seu nome composto, mas quase nunca o chamam assim, alem do fato de que quase todo mundo escreve seu nome errado. Sua mãe foi esperta quando separou seu nome em duas palavras, três com o sobrenome, e sem querer criou uma manha para que o filho possa parecer mais interessante, quando na verdade é só um cara com um nome legal fazendo pose com um copo meio cheio em uma das mãos e um violão na outra. Todo mundo o vê, mas ninguém arrisca contato imediato. É claro, como todo homem de Deus, se encarrega de alimentar suas próprias lendas pessoais, uma para cada ano de sua vida pelo menos, todas incrivelmente confirmada por sua maior fã, a mãe. Enfim, você passaria uma noite incrível com ele, talvez um mês, mas duvido que consiga agüentar um ano.
Até outro dia, Giancarlo Rufatto atendia por “lo-fi dreams” – alterego pelo qual o rapaz se escondia – e assim gravou dois trabalhos. Logo depois, participou da Móbiles, uma super banda super estimada, que deixou apenas um single e um monte de inimigos por aí.
A partir de 2007, Giancarlo passou a usar seu nome de batismo em cartazes e capas dos álbuns e encarar shows por bares e ruas da cidade de Curitiba, munido de violão, harmônica e um coração partido. Após quatro discos virtuais – cancioneiro vol.1 e vol.2, Espanha e O bom, o mau e o feio, surge 14 canções.
Em formato carinhosamente apelidado de “saquinho de pão”, o álbum é uma compilação de canções lançadas e distribuídas gratuitamente em sites de música nos últimos dois anos, alem de cinco novas canções. Entre essas novas canções está “A falta desse ar” - canção que tambem faz parte do trabalho seguinte “EP”, gravado em parceria com Ivan Santos - vocalista da banda curitibana OAEOZ. Este disco foi lançado no fim de 2008 pela De Inverno e está disponível para download na tramavirtual do cantor.
14 canções.
VENHA COMIGO - filmado nas ruas de Curitiba, PR por Daniel Rodriguez e João krefer
Hotel avenida - deserto, james sessions, 26/02
Hotel Avenida - Aquele ali com as mãos sobre os olhos
Hotel Avenida - REZA
videoclipe de Cinza (por Arthur Tuoto)