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Neuza Pinheiro

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MyGen Profile Generator Flor rara e solitária agarrada ao alto de uma pedra é a imagem que me ocorre quando penso no canto de Neuza Pinheiro, esse canto que é ao mesmo tempo a voz que canta, as palavras entoadas pela voz e o modo de dispô-las em melodia. Neuza consegue estar nesse ponto improvável onde pureza e delicadeza são também visceralidade e abismo. Voz absurdamente original, carregada de um páthos que comove e assusta, a exigir ouvidos dispostos a romper com hábitos de escuta e a lançar-se na vertigem.Há anos esperamos um disco de Neuza Pinheiro, para termos bem perto sua voz, sua música, sua poesia. Olodango, longamente gestado, põe termo a tal expectativa. O CD surpreende pela concepção musical e pelo repertório, pela variedade dos gêneros praticados, pelas parcerias.Neuza, felizmente, evita a tentação de tantas cantoras, a de revisitar alguns clássicos de sempre, por vezes com nova intenção e roupagem, freqüentemente com o apelo fácil à memória e aos afetos imediatos do ouvinte. É que Neuza, além de cantora, é também inspirada autora, e o caráter autoral do trabalho vem logo para o primeiro plano. Tirando a linda valsa “Londrina”, de Arrigo Barnabé, gravada ao vivo, que encerra o disco como bela homenagem às origens, as canções são inéditas, compostas quase todas por Neuza Pinheiro ou em parceria (sobre textos de Arnaldo Antunes, de Paulo Leminski, para citar os mais conhecidos). E há choro-canção, rock, bolero, flamenco, baião e outras formas e ritmos como que indefiníveis, costurados coesamente ao longo do disco.Bom novamente saber que na música brasileira há sempre algum artista disposto a investir na surpresa e no risco. E que esse artista, mais uma vez, estará vindo de um espaço e de um tempo os mais imprevisíveis. Por Marcelo Sandmann

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