TERÇA-FEIRA, JANEIRO 15, 2008
negra li (e samba de rainha)
[este é um p.s. da manhã de quarta-feira 16 de janeiro de 2008. mas, como aqui é a internet e aqui é um blog, um p.s., embora sempre escrito posteriormente, pode muito bem vir antes do que foi escrito antes - abre-te, sésamo! é que, logo após publicar a entrevista com negra li, rumei distraidamente para o sesc pompéia, para assistir ao "prata da casa" de terça-feira 15 de janeiro de 2008. e dei de cara com o surpreendente: as portas do sesc fechadas, uma multidão "presa" do lado de fora, indÃcios de uma mini-beatlemania com admiradores esmurrando a porta encerrada, na esperança de encontrar o sésamo para o show perdido. o show era do samba de rainha, oito garotas paulistanas que mergulham de cabeça no samba, er, de raiz, tanto o samba clássico quanto o composto por elas próprias. e não se tratava só da lotação esgotada. demorei demais para vê-las ao vivo, mas de fato a qualidade do show se comprovou diretamente proporcional à quantidade e à diversidade de pessoas que ele atraiu. elas são excelentes, maravilhosas. deu para sacar facilmente que existe um culto ao samba de rainha, que estamos dentro de um pré-fenômeno (se não um fenômeno propriamente dito, consumado) que, evidentemente, gravadoras e mÃdia conservadora (& seus respectivos, er, "fãs") tendem a demorar cem anos para perceber, quinhentos anos para assimilar, novecentos e novena e nove anos para conferir de perto, mil anos para aceitar (eu mesmo, hein?, êita, bechara, quantas vezes você já me chamou para ir ao samba de rainha? e bell marcondes, que há um ano e meio me falou delas com grande entusiasmo, sem que na ocasião eu aceitasse prestar toda a atenção merecida? êita...). mas as mulheres do samba estão ali, faiscantes, fenomenais, 100% prontas para o que quiserem ser e fazer. o aval já está dado por seu público, deliciosamente constituÃdo por um mix de senhoras de idade, negros, gays (de todos os sexos), heteros (idem), hippies, "modernos", nipônicos, estudantes etc., tão pronto e preparado quanto as moças em cima do palco. (por sinal e emblema, uma das músicas autorais de maior impacto do grupo ironiza aquela tÃpica figurinha carimbada - alô, são paulo! - que parece que passa por esta vida com o objetivo exclusivo de... reclamar, reclamar, reclamar, reclamar, reclamar. mora na filosofia?, morou, maria?) foi, em sÃntese, uma noite feliz. e, agora, de volta ao assunto inicial, que afinal de contas é o mesmo. abre-te, sésamo!:]
Samba bom, samba sim, samba dentro de mim!Quatro percussionistas vibrantes, duas instrumentistas levando a harmonia e a melodia com entusiasmo e precisão, e uma vocalista expressiva. Esta é uma simples descrição do grupo Samba de Rainha, que das rodas de samba informais passou a animar pequenas festas e eventos e, quando menos esperava, já estava dividindo a paixão pelo samba com o público da quadra da Rosas de Ouro, do Traço de União, Bar Brahma, Teatro da Galeria Olido e Boteco Bohemia (2 anos seguidos). No palco, estas sete jovens esbanjam vigor, energia, alegria e inspiração para exaltar o samba. Além das composições próprias, nos shows elas reverenciam suas origens e influências em versões singulares de canções de grandes nomes como Ary Barroso, Benito de Paula, Caetano Veloso, Adilson Bispo, Paulo César Pinheiro, Roberto Mendes e Jorge Pontual, entre outros, mantendo viva a memória e reinventando o samba. Com arranjos e direção musical de Ratinho do Cavaco, o primeiro cd, “Isso é Samba de Rainhaâ€, saiu em dezembro de 2004 com dez músicas inéditas de autoria de integrantes do grupo. O Samba de Rainha já abriu shows de Mart’nália, Leci Brandão e Marcelo D2, com quem também dividiram o palco. Na Virada Cultural de São Paulo, em 2007, a apresentação do Samba de Rainha, à s 5 horas da manhã, reuniu 3 mil pessoas no centro da cidade. O reconhecimento do público ficou claro quando se apresentaram no Projeto Prata da Casa, do SESC Pompéia, em janeiro de 2008, com lotação esgotada, deixando cerca de 300 pessoas para fora. Logo em seguida viajaram para a Europa, em sua primeira turnê internacional. Em Portugal foram 8 shows durante o Carnaval, com destaque para o Casino Estoril em Cascais e o Theatro Circo de Braga, recebendo crÃticas positivas e se apresentando nos programas de maior audiência da tevê portuguesa. De lá seguiram para Londres, onde levantaram o público com sua versão em samba de ‘Satisfaction’ e chamaram a atenção da imprensa inglesa, com destaque no The Guardian. Na volta, o Samba de Rainha lança seu segundo álbum, “Vivendo Sambaâ€, com composições próprias e inéditas, e arranjos em parceria com o produtor T. Kaçula.
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