Francisco d´Orey
Cantar em Coro
Cantar em coro é uma boa forma de conviver utilizando o mais belo de todos os instrumentos: a voz humana. É espalhar por toda a parte, se a tanto ajudar engenho e arte, a dor e a felicidade de estarmos vivos.
Já levo muitos anos de vida cantando e fazendo cantar em coro os meus amigos. Cada vez que o faço é como se tivesse nascido ontem.
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Francisco d´Orey: Regente de coros e investigador. Depois de terminar o Curso Geral de Composição no Conservatório Nacional (1961), estudou ainda Contraponto e Fuga com Armando José *Fernandes e Piano com Maria Cristina Lino *Pimentel e Lina Rosenstock. Informalmente, estudou também canto gregoriano, jazz e música electroacústica. Frequentou estágios e cursos de técnica vocal e de direcção coral com Croner de *Vasconcelos, Pierre Kaelin, Michel Corboz e Heinz Hennigg, Maria Repas e.o. Leccionou canto coral em Almada (Externato Frei LuÃs de Sousa, 1961-65) e foi professor de expressão vocal em diversas instituições de formação teatral, nomeadamente em Lisboa (Escola Superior de Teatro, 1971-76), Évora (1992-97) e Cascais (desde 1992). Destacou-¬se nas décadas de 60 e 70 no movimento coral da região de Lisboa, sobretudo através do Coro da Universidade de Lisboa (1° prémio em "música de câmara" no Festival Eistedfodd de Middlesborough, 1968), do Coro da Juventude Musical Portuguesa (1° prémio em "música tradicional" no mesmo festival, 1972) e do Grupo Vocal Arsis (do qual foi maestro fundador em 1978), entre outros grupos corais que dirigiu (Coro da Misericórdia de Lisboa (1964), Coro da Tabaqueira (1968), Coro da Sociedade Filarmónica IncrÃvel Almadense (1970), como renovador de abordagens cénicas e do repertório, em que acolheu diversa música antiga e tradicional, a partir de recolhas directas, nomeadamente na Beira Baixa (Monsanto e Lousa), Alentejo (Aljustrel) e Beira Litoral (Travassô) [VER coros]. Nas décadas de 80 e 90 dirigiu ainda o Coral de Estudantes de Letras da Universidade de Coimbra, a Camerata Vocal de Torres Vedras, o Coro da Universidade de Évora, o Coro Infantil da Academia de Música da Costa do Estoril e o Coro Sinfónico da Orquestra Nova Filarmonia etc. Foi pioneiro no estudo documental da música informal (em associações populares, grupos musicais de jovens e escolas informais de música) e de organização popular (coros e bandas), que registou parcialmente em c. quarenta filmes que produziu e realizou no Continente e nos Açores: série "Inventário musical" (RTP, 1970-1975). Foi co-produtor e assistente musical no programa de Michel Giacometti Povo que Canta (1970-1972) e co-responsável (com Manuel Ivo Cruz e M.J.Veloso pelos «Concertos em Diálogo» e pela série «Música Viva» na RTP (década de 70). Como fotógrafo. documentou a quase totalidade das situações que filmou ou gravou e que publicou parcialmente nas edições discográficas de Michel Giacometti. Reconhecido como animador e divulgador musical, é citado por muitos músicos e musicólogos portugueses como principal motivador da sua decisão de se dedicarem ao estudo e prática musical profissional. Em 1979 Fernando Lopes-Graça considera F. d´Orey como "um dos mais bem dotados directores de coro portugueses" e João de Freitas Branco refere "as suas excepcionais capacidades como organizador de actividades musicais para jovens." Participou ainda como actor em filmes de Joaquim Leitão (Tentação), Manoel de Oliveira (Palavra e Utopia) e João Botelho (Frei LuÃs de Sousa). Tem-se ultimamente dedicado também à pintura.