Marfiza

Marfiza nasceu no Paraná, mas foi em Rondônia, para onde mudou-se com a família aos 5 anos de idade, que descobriu o seu Eldorado: o Brasil. Um país imenso, cheio de contrastes e ritmos, sotaques, cheiros e matizes diversos. Um Brasil de pioneiros e novos ancestrais, tão pobre e tão rico, cheio de esperanças e possibilidades. Em meio a todas essas descobertas, ainda adolescente buscava formas de expressar-se e traduzir todo aquele cenário grandioso. Da família evangélica, herdou o aprendizado de cantar e logo entendeu que todos os seus caminhos convergiam para um mesmo ponto: a música. Cantar, pois, era preciso. No início era brincadeira: karaokês; reuniões de amigos; festas. Depois vieram os festivais, os prêmios, as bandas, os trios elétricos, os bailes, a noite.Da brincadeira inicial ficou o prazer e a alegria de cantar. De Rondônia sua voz foi aos poucos se ampliando. Mudou-se Rio de Janeiro em 1991, consciente das dificuldades, mas segura de estar fazendo a coisa certa. Começou então a cantar nas noites cariocas e a trilhar o sinuoso caminho dos iniciantes. A certeza de querer ser uma intérprete de seu país, somada a muito trabalho, fez com que as oportunidades surgissem e Marfiza agarrou-as todas. Era preciso cantar... e aprender. Em shows solo, ou abertura de shows de artistas consagrados como: Jessé, Djavan, Lobão, Belchior e outros, atuando como backing vocal em shows e gravações, ou por trás da cena, produzindo, Marfiza preencheu todos os espaços que sua voz e seu talento conseguiram abrir, aperfeiçoando assim versatilidade para passear pela música brasileira em diversos gêneros.Anos depois, o lançamento de seu primeiro CD, "Esse País Que Eu Vejo" concretizava um sonho, sintetizando não só a proposta do trabalho como também o desejo de lançar um olhar sobre o Brasil e cantar suas alegrias e incertezas, suas dores e amores. No disco produzido por Guti Carvalho para a gravadora GPA/Velas, que recebeu indicação ao prêmio Sharp, interpreta um repertório que inclui, entre outros, Belchior, Ednardo, Gonzaguinha, Totonho Villeroy, Geraldinho Azevedo e Nando Cordel. "Esse País Que Eu Vejo" é um jeito de olhar o Brasil, mas é apenas o primeiro retrato da cantora que é também produtora e compositora.De 2003 a 2005, trabalhou omo label manager da gravadora americana You Entertainment, para a qual produziu os discos: Soul ofBrazil, (de estréia da gravadora que teve produção musical dos americanos, Normam Connors, Duke Jones e Jacques Burvick; e foi mixado pelo renomado engenheiro David Rideau), Fernanda Noronha, Marcos Kinder, Jossana Glessa e André Lima que gravou "Eu não vou mais chorar", uma de suas parcerias com Thalles e com o próprio André.Há um ano integrando a banda Supergroove que acompanha o rei da soul music, Gerson King Combo, tem além da honra de participar do trabalho de um artista histórico, ter tido a participação dele na gravação da música "Cabelo Black" parceria com Marcello Silva,, no disco de estréia da banda Dughettu, da qual é a produtora artística.«Fôlego», da banda paulistana Mr. Jingle traz no repertório "Ela Mora Logo Ali", uma de suas muitas parcerias com Thalles. "Lindos Olhos" (também com Thalles), foi gravada por Seu Jorge para o novo CD da Banda Black Rio, e o samba-soul "Crença", em parceria com Marquinho "O Sócio", estará no disco «SambaLatino», do cantor e produtor Eddy Flash.E é com este aval, que dedica-se a produzir um trabalho próprio onde apresentará sua face compositora.
Gabriela Vidal