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EM NOME DA CRUZA marcha triunfante do progresso entra aniquiladora pelo vale onde os ossos se mostram mais frágeis e onde a vida não dá sinal algum de renovo. Para estes não há esperança, não há compaixão. Não terão compaixão, pois já não existe compaixão, este programa já não vem mais instalado à nova versão do sistema. Uma lógica perversa de destruição , domínio e controle total de todas as ações se ergue mais e mais a cada dia. Indivíduos se tornam apenas números em uma lógica angustiosa, moldes a serem utilizados, esmagados e finalmente eliminados, jogados ao abismo profundo do esquecimento onde a queda é ininterrupta e a overdose de adrenalina se encarrega da morte. Corrijo-me a tempo, não há morte, afinal, quem consumirá o produto final de tanto investimento, de tanto esforço em manipular vidas mudando tendências e formando conceitos padronizados e massificados para uma manutenção menos trabalhosa e de menos risco dos lucros, e também, controlando e influenciando governos, vertendo as ordens de investimentos afim de que se favoreçam os gigantescos lucros, juros, juros e juros, e ainda, me limito em dizer o mínimo possível sobre o pobre Planeta, ou nem mesmo conseguiria terminar bem este texto, que afinal de contas, tem que ter no mínimo um sentido de explosão e fúria lírica que no fim minimize o meu pranto, mas de fato o Planeta é estuprado, não há outro termo que possa suavizar, aliás não tem mesmo que ser suavizado, pois os pérfidos antropocêntricos legitimando-se de uma distorção na concepção da nossa relação com a natureza, a devastam e sugam-na, sentenciando muitos à morte. O ciclo se faz por completo, e nessa engrenagem o sangue e o suor dos pobres e oprimidos, não só dos países do terceiro mundo, mas de todos os pobres do mundo é o combustível que impulsiona esta mesma máquina que triunfa sobre o vale e mói os ossos frágeis. Talvez nem todos consigam enxergar por de trás das cortinas. As corporações que controlam nossas vidas, o poder das sombras do capital especulativo que também manipula a informação e legitima a todos que afirmam, como eu afirmo: não há democracia. Mas todos podem ver, sentir e presenciar o resultado final desta “ópera babilônica”: o sofrimento dos pobres e excluídos, enxertados na ordem piramidal inferior, e que se vêem esmagados pelo peso máximo, insuportável, da loucura dos deuses deste tempo. Temos a nossa experiência na América latina como melhor exemplo de suplantação da ordem e lógica de poder e vestígio da manipulação megalomaníaca, transformando uma realidade que tinha tudo para ser de paz e harmonia em um mundo de trevas, sofrimento e morte. Aqueles que estão sensíveis ao chamado dos que sofrem, estão dispostos a se tornarem alavancas no intento de levantar esta pirâmide, tombá-la e, reestruturá-la em sua ordem original e correta? Mesmo que essa pirâmide tombe, e também nos esmague, é ali o nosso lugar. Não podemos dar as costas a estes que são mantidos sob um severo constrito, é ali o nosso lugar. É ouvindo o choro e chorando com os que choram, é ali o nosso lugar. Dando as mãos, abrindo-lhes os olhos e os ensinando a andar de cabeça erguida, desenvolvendo uma consciência dos fatores determinantes da própria realidade de sofrimento. Definitivamente, é ali o nosso lugar.Levantando a Cruz de Jesus cristo, como sendo a cruz de cada sofredor do mundo, de cada excluído e esmagado pelos deuses deste tempo. Denunciando toda a forma de sofrimento, como o sofrimento do próprio Cristo, solidarizando-nos com os crucificados de hoje e evidenciando na Cruz vazia, aspergida de sangue sim, mas vazia, a vitoria sobre a dor, e apontando para a ressurreição de Cristo como a ressuceicao de todo o filho em estado de sofrimento, todos os pobres, deixados a margem. Jesus Cristo não morreu simplesmente para que se cumprisse uma determinação messiânica, e uma irrevogável profecia. Cristo era livre, e portanto doou-se, pois qualquer imposição que soasse automatizada seria imoral, pois todo o ato moral tem a sua base na liberdade de ação. Sua morte foi uma conseqüência direta de seus enfrentamentos e opções feitas ao longo de sua vida, sua postura e a intransigência de seus discursos comprometidos com a vontade de Seu Pai, o anuncio do Reino vindouro. A morte em cruz foi uma conseqüência de seu enfrentamento político e religioso com os poderes da época, a tomada de partido daqueles que eram excluídos, que viviam à margem de todo o existir religioso e social, a subversão da ordem dos preteridos do Pai levou Cristo a sofrer a pior morte, mas não o pior sofrimento, pois o sofrimento que leva ao cessar de todo o sofrimento, é um sofrimento que tem que ser desejado na verdade. E Jesus o quis, portanto, causou a sua morte.” (...) Na medida em que pregou a justiça de Deus como sendo um direito da graça para os deserdados e oprimidos, provocou a resistência dos defensores da lei.” J. Moltmann. Essa dimensão da morte de Jesus, tão pouco evidenciada por alguns segmentos da Igreja, retira na verdade a capacidade de associação aos eventos da atualidade, e retiram todo o caráter revolucionário e subversivo presente no evangelho. Se enxergamos na historia de Jesus Cristo, um comprometimento com os que sofrem e com a inversão da ordem e enfrentamento dos poderes que causavam a opressão naquele tempo, se faz categórico então que tracemos um paralelo, transportando aos dias atuais e identificando os mesmos poderes causadores dos sofrimentos aos inocentes deste mundo, enfrentando-os de uma forma intransigente, agindo de forma iconoclastica ao derrubar estes deuses que nos cercam. E acima de tudo mostrar a Cruz como a mensagem suprema da Libertação de todos os cativos no mundo, derrotando a leitura feita de uma total resignação e complacência frente ao sofrimento dos inocentes, perpetuando um esquema que evidencia um Deus sádico, em contra – partida de um povo masoquista. A cruz é portanto uma denuncia à toda forma de injustiça presente no mundo, uma viva e poderosa lembrança de que todo o sofrimento dos inocentes, pobres, perseguidos, doentes e vitimados deve ter um fim, o sofrimento dos encarcerados em presídios superlotados e falhos em reabilitar, presos que por nascerem privados das mínimas condições de sequer despertarem para a possibilidade de que existiam, o que os fez viver na invisibilidade social, este sofrimento deve ter um fim. Negros idosos que não conseguem as vezes olhar para dentro de si e se verem como iguais aos brancos, o remorso talvez de não ter colocado a geração seguinte em igualdade de condições, deve ter um fim.Jovens negros que hoje pagam o preço da falta de estrutura e perspectiva causada pelo preconceito e racismo oficial de uma passado vexatório, cometido contra os seus pais e avós, os negros idosos já citados, injustiçados pelas mesmas oligarquias que ainda controlam o poderio político e econômico do país, também deve ter um fim.Mães e pais adolescentes que foram bombardeados com todo o tipo de entretenimento necessário para levar alguém a engravidar, pulam uma das mais importantes etapas da vida, e se torna frustração, sofrimento portanto e, deve ter um fim. A educação sexual não existe nos países machistas da America latina, a educação em si não existe na America latina, o povo é entorpecido com o sonho médio, inalcançável a todos. Esqueçam, nunca teremos o que dizem que temos que ter, isso é sofrer e esse sofrimento deve ter um fim. Os moradores das zonas rurais, camponeses expulsos pela expansão do agro – negócio, migrando para as zonas urbanas e logo encaminhados para o seu reduto natural, as favelas, habitando à margem, se tornando invisíveis, alienando-se da própria existência, persuadidos então pelo crime, lembremo-nos de palavras usadas aqui mesmo: O ciclo se faz por completo, está tudo arquitetado. E esse sofrimento deve ter um fim. Optar pelo sofrimento, por compartilhar o sofrimento, sendo solidário aos que gritam com urgência por libertação, não importando se o que os oprime tem natureza política, espiritual, ou econômica, toda forma de sofrimento vai contra a própria vontade de Deus para a criação, Jesus optou sofrer para por fim a toda forma de sofrimento, fez evidenciar na face dos que sofrem vidas tão importantes que fez de seus sofrimentos uma causa para Sua vida. E nisso compreendemos de uma vez por todas, que toda a vida vale apena, esteja ela onde estiver e como estiver.Soli Deo Glória

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